
A comissão de trabalhadores do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) alertou hoje que o instituto não pode ser uma "arma de arremesso político" por causa da falta de verbas para pagar aos bombeiros que usam ambulâncias do organismo.
"Os bombeiros aguardam legitimamente o pagamento do que lhes é devido. (...) Até à data, os Ministérios das Finanças e da Administração Pública ainda não deram resposta nem providenciaram os meios financeiros indispensáveis [ao INEM] para resolver esta situação", afirmam os trabalhadores em comunicado.
A reação da comissão de trabalhadores do INEM surge na sequência de uma tomada de posição, anunciada hoje, da Liga dos Bombeiros Portugueses, em protesto contra os atrasos dos pagamentos por parte do Ministério da Saúde pela utilização de ambulâncias.
A Liga dos Bombeiros Portugueses exigiu ao Governo o pagamento, até quarta-feira, das dívidas do serviço de emergência pré-hospitalar. Caso contrário, na próxima sexta-feira, dia 25 de julho, as corporações recusar-se-ão a utilizar as ambulâncias do INEM que lhes estão atribuídas, com mais custos para o Estado.
"O Ministério da Saúde, em particular o INEM, está com atrasos na liquidação dos serviços efetuados pelos corpos dos bombeiros no âmbito da emergência pré-hospitalar e isso está a criar muitas dificuldades às associações humanitárias e, apesar de haver intenções por parte do INEM de fazer esses pagamentos, isso não tem acontecido", disse à Lusa o presidente da liga, António Nunes.
A comissão de trabalhadores do INEM culpa o Governo de ainda não ter libertado saldo de gerência nem ter feito reforço orçamental para que se resolva "o impasse atual" e sublinhou que o instituto "não pode --- nem deve --- ser utilizado como arma de arremesso político, nem como bode expiatório para justificar futuras mudanças estruturais ou alterações de modelo de financiamento".
Segundo a Liga de Bombeiros Portugueses, se o Governo não fizer o pagamento em dívida, os bombeiros vão prestar socorro com as ambulâncias das corporações.
Segundo António Nunes, esta opção não vai trazer prejuízos às populações, porque as associações humanitárias têm ambulâncias próprias suficientes para fazer o socorro pré-hospitalar.
"Os custos são sempre do INEM", avisou, salientando que, cada saída da viatura estatal implica um custo de 21 euros a entregar ao corpo de bombeiros, o uso das ambulâncias das associações implica uma despesa de 45 euros por serviço.