O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o Presidente chinês, Xi Jinping, para assistir à sua tomada de posse no próximo mês, num gesto de aproximação, quando se antevê uma guerra comercial entre os dois países.

A nova secretária de imprensa de Trump, Karoline Leavitt, confirmou esta quinta-feira que Trump convidou Xi, mas disse que "ainda está por confirmar" se o líder chinês irá comparecer.

"Este é um exemplo de como o Presidente Trump cria um diálogo aberto com líderes de países que não são apenas nossos aliados, mas também nossos adversários e concorrentes", disse Leavitt, numa entrevista televisiva.

Em Pequim, questionado esta quinta-feira sobre o convite de Trump, o porta-voz da presidência chinesa Mao Ning respondeu que não tinha qualquer comentário a fazer.

Leavitt disse que outros líderes estrangeiros também foram convidados, mas não deu detalhes.

A decisão de Trump de convidar um líder de uma nação adversária para o dia da tomada de posse é pouco comum.

Mas também está de acordo com a sua crença de que a política externa -- tal como uma negociação comercial -- deve ser levada a cabo com incentivos e castigos para fazer com que os opositores dos Estados Unidos operem mais perto dos termos estabelecidos pela Casa Branca.

Jim Bendat, historiador e autor de "O Grande Dia da Democracia: A Tomada de Posse do Nosso Presidente", disse não ter conhecimento de uma tomada de posse anterior nos EUA com a presença de chefes de Estado estrangeiros.

Esta quinta-feira, durante uma aparição na Bolsa de Nova Iorque, Trump confirmou que estava "a pensar em convidar certas pessoas para a tomada de posse", sem se referir a alguém em particular.

"Algumas pessoas disseram: 'Uau, isso é um pouco arriscado, não é?'. E eu respondi: 'Talvez seja. Veremos. Veremos o que acontece'. Mas gostamos de correr pequenos riscos", esclareceu Trump.

Entretanto, um importante conselheiro do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, um dos mais fervorosos apoiantes de Trump no palco mundial, disse que o chefe de Governo da Hungria não deverá comparecer na tomada de posse.

"Não existe esse plano, pelo menos por enquanto", disse Gergely Gulyás, chefe de gabinete de Orbán.

O chefe da missão de cada país nos Estados Unidos também será convidado, de acordo com um funcionário do Comité Inaugural de Trump.

O convite a Xi surge numa altura em que Trump prometeu decretar tarifas sobre importações oriundas do Canadá, México e China, para levar estes países a fazerem mais para reduzir a imigração ilegal e o fluxo de drogas ilegais, como o fentanil, para os Estados Unidos.

"Temos falado e discutido com o Presidente Xi algumas coisas e outras com outros líderes mundiais. E penso que nos sairemos muito bem em todos os aspetos", confessou Trump, numa entrevista televisiva.

Xi, durante um encontro com o atual Presidente democrata, Joe Biden, no mês passado, em Pequim, instou os Estados Unidos a não iniciarem uma guerra comercial.

"Façam a escolha sábia. Continuem a explorar o caminho certo para que dois grandes países se relacionem bem", aconselhou o líder chinês.


Com LUSA