
Lewis Hamilton prometeu «continuar a lutar» pela diversidade, equidade, inclusão (DEI) das minorias ao ser questionado sobre as recentes medidas de repressão aos programas de DEI pela administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em entrevista à revista Time, o piloto britânico, que tem sido um defensor das comunidades negra e LGBTQ+ no paddock da Fórmula 1, tem observado estes acontecimentos «com preocupação», mas garante que continua «comprometido com os seus ideais, como sempre».
«Não vou mudar o que [Trump] faz, ou o que a sua administração faz. Tudo o que posso fazer é tentar garantir que, no meu espaço, no meu ambiente, estou a tentar elevar as pessoas», afirmou Lewis Hamilton à revista Time.
«Haverá forças ao longo do caminho que não querem isto, por alguma razão que não consigo compreender. Isso não me vai impedir de continuar a lutar», assumiu o heptacampeão mundial.
A luta de Hamilton intensificou-se em 2020 depois de ao serviço da Mercedes ter observado que poucas pessoas de origens minoritárias apareciam na ‘foto de família’ de final da temporada de 2019 da equipa do construtor alemão, o que o levou a iniciar a denominada Comissão Hamilton, um programa para melhorar a representatividade das minorias no desporto automóvel.
No ano seguinte, Hamilton lançou a Missão 44, cujo objetivo era «apoiar, defender e capacitar os jovens de grupos sub-representados para o sucesso, reduzindo as lacunas de oportunidades na sociedade».
Em 2020, as minorias raciais representavam apenas 3% da força de trabalho na equipa de Fórmula 1 da Mercedes, em comparação com 18% da população de Inglaterra no censo de 2021. Então, Hamilton pressionou a equipa a lançar o programa Accelerate 25, que comprometeu a empresa a contratar pessoas de outras raças que não a caucasiana a uma taxa de 25% até 2025.
«Pensei, meu Deus, finalmente tenho um ambiente de trabalho mais diversificado, que construímos ao longo do tempo. E agora estou a regressar ao início do meu tempo na Mercedes, onde não havia diversidade», disse o novo piloto da Ferrari na mesma entrevista à Time, em que rejeitou ser comparado outros desportistas, como LeBron James e Tom Brady, como exemplos de longevidade ao mais alto nível.
«Não me comparem com ninguém. Sou o primeiro e único piloto negro neste desporto. Sou diferente, fui formado de outra forma. Passei por muitas coisas e tive o meu percurso próprio», frisou.