
O candidato do PS à Câmara Municipal do Funchal criticou, hoje, a "incapacidade e a inércia" do actual executivo em termos de habitação. Aliás, acusa o PSD/CDS de ter desperdiçado 23 milhões de euros destinados à construção de casas, ao não avançar com projectos que já haviam sido deixados aprovados pela vereação anterior.
Para os socialistas, a prova de que a habitação não é uma prioridade está no facto de que já havia "cinco projectos preparados, com financiamento garantido, através de protocolos com o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana", mas, desses, a autarquia apenas foi capaz de construir 33 habitações. Foi junto a esse empreendimento, na Nazaré, que o PS protagonizou uma iniciativa política.
Rui Caetano especificou que, na globalidade estavam prontas a avançar 202 habitações, mas as restantes 169 “ficaram na gaveta”, tendo a Câmara perdido 23 milhões de euros.
Rui Caetano afiançou que, para o PS, esta área é uma prioridade, salientando a necessidade de construir não só habitação social, para ajudar a dar resposta às mais de 2.000 pessoas que se encontram em lista de espera na SociohabitaFunchal, mas também de investir em habitação a custos acessíveis para aqueles funchalenses que, apesar de terem trabalho e um rendimento ao final do mês, não têm condições para “comprar um apartamento de 500 mil, 600 mil ou 700 mil euros”.
Até parece que a Câmara está a fazer de propósito. Não está a investir em habitação, seja social, seja a custos acessíveis, para que a especulação imobiliária tome conta do Funchal, como está a tomar, e expulse os funchalenses, como estão a ser expulsos da sua cidade, porque não conseguem adquirir uma habitação. Rui Caetano
Por isso, garante que se vencer as eleições, o PS vai avançar de imediato com os projetos que estavam preparados para a construção de habitação social, assim como irá investir em habitação a custos controlados.
“Vamos fazer um levantamento de todos os terrenos que a Câmara do Funchal tem, que estão em várias freguesias do concelho, ver quais são os que têm condições para construção e vamos negociar com as cooperativas de habitação e outras entidades privadas que possam estar interessadas, para que, com a cedência desses terrenos, haja uma construção a custos mais acessíveis, de modo a que os funchalenses tenham direito a adquirir uma habitação na sua cidade e no seu concelho”, adiantou. “Esta é a vez dos funchalenses” e estes “têm de ser defendidos desta especulação imobiliária que está a invadir a nossa cidade”, sustentou.
Rui Caetano reafirmou que a CMF tem condições, mas não tem executado. “Nós vamos servir o Funchal, e servir o Funchal é executar, é construir, é dar as respostas necessárias aos funchalenses”, declarou, acrescentando que existem terrenos e financiamento e que “é preciso boa vontade e espírito de iniciativa, que é aquilo que não tem havido ao longo destes anos, para responder às necessidades de habitação na cidade”.