
A Rússia assumiu o domínio total da região de Luhansk, no leste da Ucrânia, considerada parte da região mais ampla do Donbas. A vitória acontece mais de três anos depois da invasão ordenada pelo Presidente russo Vladimir Putin, em fevereiro de 2022. A notícia foi dada por Leonid Pasechnik, chefe de Estado da alegada República Popular pró-russa, à televisão estatal de Moscovo, segundo a agência Reuters.
No leste da Ucrânia, Luhansk, com uma área de 26.700 quilómetros quadrados, será a primeira região ucraniana a ficar totalmente sob o poder das forças russas desde que a anexação da Crimeia, em 2014.
Em junho, o exército russo fez dos maiores avanços em território ucraniano desde novembro e acelerou o avanço pelo terceiro mês consecutivo, segundo dados do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW). As tropas de Moscovo ocuparam 588 quilómetros quadrados (km2) do território ucraniano em junho, após 507 km2 em maio, 379 km2 em abril e 240 km2 em março. Durante o inverno, tinham abrandado o ritmo, segundo os dados do instituto norte-americano analisados pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Com exceção dos primeiros meses da guerra em 2022, quando a linha da frente era mais móvel, só em outubro (610 km2) e novembro (725 km2) de 2024 é que os avanços russos foram mais extensos do que em junho. Dois terços dos avanços da Rússia no último mês concentraram-se na região de Donetsk (leste), que tem sido o principal teatro de confrontos entre russos e ucranianos nos últimos dois anos.
O exército russo controla atualmente, total ou parcialmente, três quartos da região, contra 61% no mesmo período de 2024. Cerca de 31% da região de Donetsk já estava sob o controlo dos separatistas pró-russos antes do início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
No final de junho, a Rússia exercia um controlo total ou parcial sobre quase 19% do território ucraniano. Desde o início da guerra, Moscovo declarou como anexadas à Federação Russa as regiões ucranianas de Donetsk, Luhansk, Zaporijia e Kherson, depois de ter feito o mesmo à Crimeia em 2014.