
A sede da União Nacional francesa foi alvo de buscas na manhã desta quarta-feira. A informação foi confirmada pelo próprio presidente do partido, Jordan Bardella. Foram apreendidos dados informáticos, documentos e diversos registos da União Nacional.
Bardella fala numa perseguição e numa campanha de assédio, que considera “sem precedentes”, e diz que não sabe o que está exatamente em causa.
O jornal francês Politico explica, no entanto, que a investigação tem como objetivo verificar se o partido de extrema-direita descumpriu as leis de financiamento eleitoral nos últimos anos.
Há suspeitas de lavagem de dinheiro e falsificação de documentos durante as campanhas eleitorais para as presidenciais de 2022, as legislativas do mesmo ano e as europeias em 2024.
"Todos os arquivos relativos às últimas campanhas regionais, presidenciais, legislativas e europeias estão hoje nas mãos da justiça. Noutras palavras, apreendeu toda a atividade eleitoral" da RN, indicou Bardella, criticando a "invasão".
A intervenção policial ocorreu depois de a antiga líder do partido, Marine Le Pen, ter sido condenada por peculato em abril passado. Marine e outros 24 dirigentes do partido foram acusados de terem usado dinheiro destinado a assessores parlamentares da União Europeia (UE) para pagar a funcionários que trabalharam para o partido entre 2004 e 2016, violando os regulamentos do bloco de 27 nações.
Por outro lado, em julho de 2024, a justiça francesa abriu um inquérito judicial sobre empréstimos concedidos por particulares ao movimento de extrema-direita, após uma denúncia da Comissão Nacional de Contas de Campanha e Financiamento Político (CNCCFP).
Esses empréstimos concedidos a partidos políticos por particulares são autorizados, de acordo com condições específicas e com um limite máximo, mas o RN é "o partido que mais os utilizou", segundo o presidente da CNCCFP, Christian Charpy.Nos últimos anos, o partido "concentrou uma forte maioria" desse tipo de empréstimos.
É essencial que estes empréstimos sejam reembolsados, caso contrário, são doações disfarçadas", o que seria "contrário ao código eleitoral", salientou Charpy na semana passada.
Com LUSA