A falta de regulação, trilhos não oficiais e condições extremas tornam o vulcão Rinjani um dos locais mais perigosos da Indonésia para caminhadas. Os números não enganam: desde 2022, pelo menos três turistas morreram naquele local após quedas, segundo o portal de notícias brasileiro G1.

A mais recente vítima do caminho é Juliana Marins, uma mulher brasileira de 26 anos que se encontra há quatro dias presa no vulcão. Até ao momento, não há informações sobre o seu estado de saúde. O que se sabe é através das imagens captados por um drone onde aparece imóvel a uma profundidade de 500 metros, de acordo com informações divulgadas pelo Parque Nacional do Monte Rinjani.

Caminho "muito difícil"

Com mais de 3,7 mil metros de altura, o Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia. Apesar dos riscos, com caminhos íngremes, terreno instável, nevoeiro frequente e falta de sinalização adequada, continua a atrair milhares de turistas por ano, muitos dos quais com pouca experiência neste tipo de trilhos.

Apesar dos perigos, e dos relatos feitos por turistas em sites de viagens, que descrevem o caminho como "muito difícil", a verdade é que o local continua a atrair milhares de aventureiros todos os anos.

Vulcão Rinjani quando entrou em erupção em 2015
Vulcão Rinjani quando entrou em erupção em 2015 Associated Press

Lista de acidentes nos últimos anos

Dadas as condições preocupantes, a lista de acidentes e mortes naquele local tem crescido nos últimos anos:

  • Em 2022: Boaz Bar Anam, um turista nascido em Israel e de nacionalidade portuguesa, caiu de uma altura de 150 metros enquanto tirava uma selfie na rota de Sembalun. O corpo só foi recuperado quatro dias depois;
  • Em 2024: a turista suíça Melanie Bohner morreu após cair durante uma escalada no Monte Anak Dara, em Sembalun, (embora não tenha acontecido na trilha do Monte Rinjani, fica na mesma região) numa rota não oficial e desaconselhada pelas autoridades;
  • Também em 2024: um turista da Malásia, de 57 anos, caiu 80 metros na trilha de Torean, após se soltar de uma corda de segurança.

O que já se sabe sobre o caso Juliana Marins?

O acidente aconteceu este sábado, quando Juliana Marins escorregou e caiu cerca de 500 metros, segundo o portal de notícias G1.

Reprodução// Juliana Marins

A mulher, que estava sozinha no momento da queda, foi avistada horas depois por turistas que estavam a passar no local e utilizaram um drone para a localizar.

As imagens, que mostram a brasileira numa zona de difícil acesso, foram posteriormente divulgadas nas redes sociais, ajudando a informação a chegar até a família que se encontra no Brasil.

Inicialmente, as autoridades indonésias, bem como a Embaixada do Brasil em Jacarta, divulgaram que Juliana teria recebido comida, água e roupa por parte da equipa de resgate, após 16 horas de operação. Contudo, a família de Juliana já veio desmentir essas informações.

De acordo com os familiares de Juliana, citando a SBT News, as equipas de resgate conseguiram descer 400 metros, mas a mulher estará, afinal, mais longe do que foi estimado anteriormente.

As buscas foram depois suspensas por causa das condições climáticas adversas, mas, esta terça-feira de manhã, foram retomadas, segundo a comunicação social do Brasil.