É a hora de todas as decisões na Liga 3!

Depois de uma primeira fase disputada em duas séries, os quatro primeiros classificados da Série A e os quatro primeiros classificados da Série B 'juntam-se' agora num campeonato de 14 jornadas para discutirem o acesso à 2ª Liga.

Numa prática que já vem sendo comum, o zerozero entrevistou os treinadores/capitães dos clubes em questão, numa conversa na qual foi feito não só o rescaldo da fase regular da prova, mas também a antevisão da fase de subida.

Depois do título do Campeonato de Portugal na temporada passada, o Amarante voltou a superar as expectativas e acabou a primeira fase da Liga 3 no quarto lugar - o último que dá acesso à fase das decisões pela promoção.

Álvaro Madureira, técnico dos amarantinos, sublinhou que o objetivo da temporada - a manutenção - está garantido e que agora os seus pupilos apenas têm a pressão de honrar o nome do Amarante FC.

zerozero: Depois da subida na temporada passada, nova possibilidade de a equipa saltar outro patamar. Qual é a expectativa para esta fase de subida?

Amarante foi campeão do quarto escalão na temporada passada @Amarante FC

Álvaro Madureira: A expectativa é de, acima de tudo, sermos competitivos e ambiciosos. Queremos manter o bom nome do clube o mais alto possível. Sabemos que o objetivo que foi traçado para a época desportiva já está cumprido e, por isso, tudo o que agora puder acontecer de positivo será um acréscimo àquilo que já foi feito até agora.

zz: No início da temporada, a equipa não era apontada a uma classificação tão elevada, mas o que é certo é que se manteve nos quatro primeiros lugares em 17 das 18 jornadas. Qual o segredo para este registo?

AM: A verdade é essa, resumiu muito bem. Não éramos apontados à subida e eu penso que a capacidade de trabalho, o rigor, o trabalho muito humilde a forma como mantivemos os pés no chão acabaram por fazer a diferença. Nós sabíamos da competitividade que existe na Liga 3 e tínhamos de começar a amealhar pontos desde cedo para ficar o mais acima possível. A equipa acabou por ser muito séria, muito focada e só durante uma jornada é que saímos dos quatro primeiros. Acabamos por ser a quarta melhor equipa da série.

zz: Nos últimos tempos a equipa não tem passado pelo melhor momento, com apenas uma vitória nos últimos seis jogos, sendo todos resultados muito equilibrados. O que é preciso para contrair esta série negativa?

AM: Já o fizemos com esta vitória [última jornada, frente ao Vilaverdense], que acho que vem desbloquear isso. Todas as equipas passaram por fases boas e fases menos boas. O que é certo é que nós, mesmo no período mais conturbado da época, só durante uma semana é que estivemos fora do objetivo. A competição é tão equilibrada que nós não fomos altamente prejudicados. Acho que a equipa deu uma boa resposta neste último jogo, uma atitude competitiva muito alta. E depois, como disse, os maus resultados também foram detalhes, aquela bola que às vezes não entrava acabou por entrar e um ou outro erro individual que faz parte do jogo. O futebol tem esta parte também um bocadinho mais aleatória, mas estamos preparados e já ultrapassamos essa fase menos negativa. Agora vamos atacar a fase final de subida com um pensamento bastante positivo e com as expectativas também positivas.

zz: O sonho da segunda subida consecutiva está bem presente no balneário?

AM: Não falamos muito nisso. Logicamente, isso vai estar em jogo e não vamos fugir a isso. Sabemos que essa não é a nossa responsabilidade, nem sequer é um objetivo que, se não for cumprido, vai fazer com que a época seja um insucesso. Nós vamos para competir, mas não vamos com o objetivo claro de ser um daqueles dois. Isso não existe, não é uma situação presente no balneário. Vamos para valorizar o clube, para sermos responsáveis, jogo a jogo e continuar com o brio desportivo que temos tido até agora.

zz: O mister está na segunda na segunda passagem pela Liga 3, depois da experiência no Vitória B não ter corrido assim tão bem. Qual é a aprendizagem que fica da última passagem para cá, sendo um treinador que também veio dos escalões inferiores até aqui?

AM: Eu penso que todos os escalões me deram uma bagagem boa porque cada patamar competitivo tem as suas dificuldades. Essa descida na Liga 3 com o Vitória foi o ponto mais negativo, contudo, também nos trouxe coisas boas. Numa primeira fase, ninguém entende o insucesso e não consegue retirar as coisas positivas. Hoje, já o fazermos e percebemos que o insucesso nos trouxe maturidade e esta sensação de que, na Liga 3, o ponto é muito importante e isso foi passado desde o início ao grupo.

Esta fase de descida é uma fase em que os últimos têm quatro pontos de distância para o primeiro acima da linha de água. Por isso, era uma guerra onde nós não queríamos estar e o grupo também se agarrou a isso. Queríamos fugir a esse momento e para isso tínhamos de ficar nos quatro primeiros. Sabemos de casos de equipas que estiveram até à última a lutar para ir à fase final e depois acabaram por cair, porque realmente é uma divisão muito competitiva.