
A temporada de 2025 deveria ser o momento de Jorge Martín consolidar o seu estatuto como campeão mundial de MotoGP. Em vez disso, transformou-se num autêntico calvário médico que está a redefinir não só o presente, mas possivelmente o futuro da sua carreira.
O vigente campeão do mundo não conseguiu defender o seu título em igualdade de condições devido a uma série de lesões que condicionaram completamente o seu rendimento. Tudo começou durante a pré-temporada, quando Martín sofreu duas quedas muito fortes que o obrigaram a passar pelo bloco operatório. Essas lesões iniciais já comprometeram a sua preparação para o início da época, impedindo que chegasse ao primeiro Grande Prémio em plena forma.
Mas o pior ainda estava por vir. Durante o seu regresso à competição, no Grande Prémio do Qatar, Jorge foi novamente vítima da má sorte. Uma queda muito feia provocou-lhe a fratura de nada menos que onze costelas – uma lesão extremamente dolorosa e complexa que o deixou fora de combate de forma indefinida.
Ángel Charte, chefe da equipa médica de MotoGP, ofereceu uma atualização reveladora sobre o estado do piloto madrileno durante o programa ‘Mega’ com Marc Fuster. As suas palavras não deixam margem para dúvidas sobre a gravidade da situação:
‘Estive com Jorge na segunda-feira passada no hospital. Evolui muito positivamente. As fraturas vão evolucionando bem, mas precisa de tempo para se reincorporar. Não o deixarei voltar até que não esteja a 100%.’
Esta declaração de Charte revela a filosofia médica que está a guiar a recuperação de Martín: zero compromissos com a segurança. Numa modalidade onde a pressão para regressar rapidamente é imensa, tanto por parte das equipas como dos próprios pilotos, a posição firme do responsável médico é simultaneamente reconfortante e preocupante.
Enquanto Martín se centra na sua recuperação, longe dos focos do paddock e do stress competitivo, uma outra tempestade começou a formar-se: a sua possível saída da Aprilia a partir de 2026. Esta decisão, que gerou polémica, coloca o piloto espanhol numa posição incerta relativamente ao futuro, numa altura em que deveria estar focado exclusivamente na sua recuperação física.