Se no início desta época o Estoril teve de fazer alguma ginástica para dar a volta aos resultados menos conseguidos – apenas dois pontos conquistados nas primeiras quatro jornadas -, a verdade é que agora a ginástica é outra. E já tem nota extremamente elevada.

Na terra do galo, foram os canarinhos a cantar bem alto. Mas, para isso, os comandados de Ian Cathro tiveram de saber sofrer. E, em alguns momentos, bastante. Não só porque o Gil Vicente teve o domínio do jogo durante largos períodos, mas também porque o VAR ajudou os estorilistas em três ocasiões: sim, os minhotos tiveram três golos (bem) anulados.

Quando Félix Correia faturou, à passagem do quarto de hora, já Joel Robles tinha brilhado entre os postes, negando o golo a Jorge Aguirre (4’) e ao próprio Félix Correia (8’).

A reação dos forasteiros foi (muito) ténue, com Xeka (28’ e 33’) e Jordan Holsgrove (30’) – remates sempre desenquadrados – a aquecerem para a prova de ginástica que aí vinha. O primeiro mortal encarpado dos estorilistas aconteceu no último suspiro da primeira parte: Rúben Fernandes desviou com o braço um cruzamento de Wagner Pina, já dentro da área, e Yanis Begraoui não perdoou da marca dos 11 metros. Tudo empatado ao intervalo.

O regresso dos balneários aconteceu sob o mote do que já se vira: um Gil Vicente autoritário, incisivo e com imensa vontade de chegar ao triunfo. O problema foi… o VAR. Os galos fizeram disparar o volume do Estádio Cidade de Barcelos em três ocasiões, mas os tentos foram todos (bem) anulados: Jordi Mboula (46’), Jorge Aguirre (55’) e Kanya Fujimoto (69’) estavam em posição de fora de jogo. A alegria esfumou-se num ápice.

Mas as lamentações dos gilistas ainda não tinham terminado e atingiram mesmo patamares de tremenda desilusão: aos 84 minutos, e na sequência de um pontapé de canto de Rafik Guitane que Felix Bacher desviou numa primeira instância, Kévin Boma, ao segundo poste, teve cabeça para consumar a reviravolta.

Estava selada a quarta vitória consecutiva do Estoril (venceu sempre em 2025) e o segundo desaire seguido do Gil Vicente. Os canarinhos esticaram o tapete para uma cambalhota triunfal.