César Peixoto chegou a Barcelos e quebrou um ciclo negativo de seis derrotas que pairava sobre a equipa do Gil Vicente, salientando por isso a importância do empate arrancado na Amadora, na última jornada, no seu jogo de estreia. Agora, antes de defrontar o Santa Clara e receber positivamente uma pausa no campeonato para as seleções - sendo que depois se segue o Benfica -, o treinador quer colocar a equipa no rumo certo. 

«Temos duas semanas de muito trabalho. Com naturalidade, com o decorrer do tempo, as coisas vão ficando mais bem assimiladas. Há muita coisa ainda para se trabalhar, por isso há muita coisa ainda para crescer. Mas claro que a equipa vai estar mais forte, vai estar melhor defensivamente. Trabalhamos e incidimos muito também esta semana nas questões ofensivas. Subir fisicamente os índices da equipa é um aspecto que queremos e estamos a tentar melhorar», começou por afirmar na antevisão à receção aos açorianos. 

«Por isso, vamos ter uma equipa competitiva, frente a uma formação que está a fazer um campeonato fantástico. Um jogo muito difícil, mas vamos estar preparados, vamos ser competitivos. Aqui em nossa casa, vamos querer tornar isto o nosso forte até ao final do campeonato, para conseguirmos o nosso objectivo», disse, aproveitando para pedir o apoio dos adeptos até final. 

Ao longo desta época César Peixoto passou por um ciclo semelhante no Moreirense. «São equipas diferentes, momentos diferentes, clubes diferentes, nunca nada é igual. O importante nisto é traçar um caminho para a equipa de que não nos podemos desviar. Fazê-los acreditar, trabalhar e sentir que é por ali que nós vamos ter sucesso. A partir daí é potenciá-los, é trabalhá-los, pô-los confortáveis, confiantes também. Foi importante o empate na Amadora, era um adversário direto, e no confronto direto ficámos com vantagem, quebrámos o ciclo das derrotas», referiu.  

César Peixoto insistiu sempre no equilíbrio entre a preparação para o adversário e a preparação interna. «Sabemos que o Santa Clara é uma boa equipa e que ainda falta bastante campeonato. O importante é o que nós vamos adquirindo no dia a dia, as sensações que vamos tendo. Acho que focá-los no que está para trás, não é o caminho. O caminho é prepararmos o futuro e percebemos que é por aqui que temos de ir. Ser uma equipa humilde, competitiva, agressiva, ganhadora nos duelos, para depois também ter bola e divertir-se dentro do campo», enumerou.

«Santa Clara não mudou»

Enquanto treinador no Moreirense, César Peixoto ganhou ao Santa Clara, mas não garantiu para si nenhum tipo de vantagem.  «Do lado deles é o mesmo treinador, é a mesma ideia de jogo, no mercado não mudou muito a equipa, por isso o padrão é exatamente o mesmo, uma equipa sempre muito bem organizada, muito agressiva, forte nas transições ofensivas. Estão confiantes, estão a fazer um bom campeonato, por isso não vejo grandes diferenças, mas os jogos são todos diferentes. Temos de nos preocupar mais até conosco próprios, com o que nós temos de crescer, o que é que temos de fazer para sermos competitivos.» 

Quanto ao plantel, não há castigados, ao passo que Yaya Sithole e Facundo Cáseres continuam em dúvida por lesão.

Paragem antes do Benfica

O técnico terá então mais tempo para trabalhar a equipa e os jogadores tendo em vista o jogo em atraso da 24.ª jornada com o Benfica, a 28 março. Por isso vai querer aproveitar o tempo da melhor maneira:  

«Não encontrei uma equipa depressiva, encontrei uma equipa com qualidade, a querer muito terem sucesso. Foi importante quebrarmos aquele ciclo, não estava tudo errado, como agora não está tudo bem, ainda temos muito para crescer enquanto equipa. As paragens são sempre boas neste sentido, para mim que cheguei há pouco tempo para o clube, dá-me mais tempo para trabalhar, para estar com os jogadores sem aquela pressão inerente do que é um jogo. E na posição em que temos urgência em adquirir pontos [14.º lugar com 23, os mesmos que o Aves SAD, 16.º], por isso trabalhar mais tranquilamente, com mais tempo, para que mais rapidamente consigamos pôr a equipa, seja fisicamente, taticamente e tecnicamente, nos patamares que achamos importantes. Por isso é uma paragem boa para nós, neste sentido é boa.»