
— Depois da experiência no Sporting, regressou ao Paços de Ferreira. Contudo, não foi um regresso fácil, com uma descida de divisão e a manutenção na Liga 2 assegurada apenas no 'play-off'. Que balanço faz desta sua terceira e última passagem pelo clube?
— É uma passagem agridoce. No primeiro ano ainda jogamos a Liga Europa mas depois disso... Houve um decréscimo muito grande nos últimos três anos. Este ano, acabamos por conseguir a manutenção sofrida, que soube bem, por tudo o que o clube passou, eleições, instabilidade, trocas de treinador, mas pelo menos, conseguimos a permanência que acaba por ter uma ‘sensação de subida de divisão’. Não foi, certamente, aquilo que eu idealizei para a minha terceira passagem.
— Sente que o Paços de Ferreira é a sua segunda casa?
— Sim, o Paços de Ferreira acabou por ser a minha segunda casa, é um clube que gosto muito, muito mesmo. É o meu clube de coração juntamente com o Freamunde, apesar de ser contraditório por eles serem rivais, mas é a mais pura realidade.
— Qual foi o treinador que mais o marcou? E porquê?
— Marcaram-me muitos. Para mim, todos foram importantes, seja pela positiva ou pela negativa. Agora há dois que me ficaram marcados de forma especial, por me terem dado oportunidades em momentos da minha carreira, que é o Nicolau Vaqueiro por me ter lançado no futebol sénior e o José Mota, porque foi com ele que me estreei na Liga. Depois há outros também, o Ruben Amorim, Paulo Fonseca, Scolari...
— Hoje, vemos o seu filho a dar os primeiros passos no futebol. Com apenas 15 anos, já atua nos sub-17 e sub-19 de um clube que lhe é familiar, o Freamunde. Acredita que poderá seguir as suas pisadas?
— Não lhe meto pressão. Quero apenas que ele se divirta. Agora que ele tem de fazer o trabalho dele, isso é certo e ele sabe. Claro que acredito que seja possível, porque vejo a evolução dele, a dedicação e a vontade.
— Gostaria de ter adiado a reforma por mais uns anos para poder partilhar o relvado com o seu filho?
— Gostava, por acaso era algo que eu gostava de fazer, mas acabou por não surgir a oportunidade.
— O seu futuro continuará ligado ao futebol? Existe a possibilidade de integrar a estrutura do Paços de Ferreira?
— Pela estrutura do Paços de Ferreira está fora de questão, porque nunca me fizeram esse convite, foram claros no que me disseram. Com o clube a tornar-se SAD, quem poderia tomar essa decisão eram os novos proprietários. Assim como futebolista, também não houve um esforço suficiente da parte deles para continuar a jogar e os sacrifícios não podem vir sempre da parte do jogador, e da pessoa que dá sempre a cara. O meu futuro poderá sim, passar por ser treinador. Inicialmente na formação, quero treinar a minha própria equipa. Será esse o caminho e provavelmente já este ano»
Futuro no Paços de Ferreira? Não houve um esforço suficiente da parte deles
— Considera que ficou alguma coisa por fazer na carreira?
— O único amargo, é nunca ter participado numa fase final de uma grande competição por Portugal, acho que é a única coisa que fica por fazer. Mas, sinto-me orgulhoso da minha carreira, orgulhoso daquilo que conquistei. Ainda por cima de onde vim.