
Depois de cerca de ano e meio afastado, Thibaut Courtois voltou às opções da seleção Belga após estar na «lista negra» do antigo selecionador Domenico Tedesco. O guarda-redes recordou o acontecimento em conferência de imprensa e diz que esclareceu os detalhes da polémica à equipa.
«Falámos com o grupo na segunda-feira e a conversa correu bem. Houve muitas incompreensões e desinformação, pelo que quis contar a minha verdade aos outros jogadores. Agora todos puderam entender o que tinha na cabeça. O tema da braçadeira de capitão não era o problema central, reduzi-lo a isso seria um erro. Sinto-me aliviado por ter podido falar cara a cara e esclarecer tudo. Agora podemos seguir em frente», começou por dizer.
Apesar destas palavras, o guardião diz que a forma como foi tratado levou a uma perda de «confiança» entre ambas as partes: «A temporada de 2023 foi longa e este episódio foi a gota que transbordou o vaso. Eu tinha alguns problemas físicos, mas ainda assim queria jogar com os diabos vermelhos. O treinador não veio falar comigo nem uma vez. Nunca tinha vivido nada assim. Estalei, senti que ele não me respeitava e perdi a confiança nele. Naquele momento, sabia que não havia volta atrás. Sei que não tenho o caráter mais fácil, sou um vencedor e não posso mudar quem sou. Às vezes reagimos com emoção e as coisas voam das mãos. Pode haver algum arrependimento, mas creio que a situação com este treinador tinha chegado demasiado longe».
Courtois assumiu parte da culpa na forma que lidou com a situação que o viu deixado de fora dos escolhidos para o Euro 2024 :
«Disseram-se mentiras. Quando o treinador afirmou que tinha feito todos os possíveis para resolver a situação, isso não estava correto. Senti a necessidade de responder a essas falsidades. Se me arrependo de algo? É difícil dizê-lo. Talvez teria atuado de outra maneira com o grupo e os adeptos. Talvez teria chamado algumas pessoas internamente para explicar-lhes como me sentia. Se vou continuar a ser eu mesmo a 100 por cento no futuro? Sim, o meu objetivo é render no campo e demonstrar ao público que continuo a ter muita vontade de jogar na seleção», afirmou o diabo vermelho.
O guarda-redes reagiu também à recente renúncia à seleção da antiga primeira opção, Koen Casteels: «Entendo que ele não esteja contente por perder o seu lugar como número um da seleção. Ele tem direito a tomar as suas próprias decisões. Ele expressou certas críticas, mas não creio que os outros dentro do grupo partilhem da sua opinião. Se alguém tiver algo para me dizer, prefiro que me diga diretamente. É assim que gosto de funcionar.»
Nesta data FIFA, a Bélgica defronta a Ucrânia num duplo compromisso, para o play-off de despromoção à Liga B da UEFA Nations League nos próximos dias 20 e 23 de março.