Prossegue o estado de graça do Estoril na Liga Portugal Betclic. Na visita a Barcelos, o conjunto de Linha de Cascais venceu o Gil Vicente (1-2) à boleia de uma eficácia digna de registo e elevou para quatro as vitórias consecutivas na competição. Já os barcelenses somaram a segunda derrota seguida na prova, numa partida em que teve três golos anulados por fora de jogo.
Quebrada a melhor série da temporada com a derrota no terreno do AVS, Bruno Pinheiro decidiu ser hora de mexer no tridente ofensivo, depois da ficha em branco registada. Jordi Mboula e Jorge Aguirre foi a dupla espanhola que se aliou ao intocável, Félix Correia, enquanto Ian Cathro manteve a confiança no onze que derrubou o Vitória SC.
Da tormenta a Robles à assertividade de Begraoui
Entre duas equipas em bons momentos de forma, os galos tentaram obedecer à matriz de jogo apoiado e à procura da transição rápida para o ataque, enquanto os canarinhos procuraram ser mordazes na pressão alta, sempre que possível. Dentro desta tendência inicial, Fujimoto e Félix Correia tiveram arte para sair rumo ao ataque e, por isso mesmo, os primeiros lances de perigo foram dos minhotos.
Lançado pelo criativo japonês, Jorge Aguirre viu o seu remate bloqueado a tempo de danos maiores, ao passo que Félix Correia teve nos reflexos de Robles e no poste - tudo no mesmo lance -, os maiores entraves para desfazer o empate. Avisos sérios que culminariam mesmo no tento do internacional sub-21 português.
Fujimoto libertou-se da marcação e lançou Aguirre sobre uma meia esquerda do ataque onde só o avançado gilista constava. Com espaço e tempo para decidir, a opção do ex-Osasuna B foi a mais lógica e eficaz: servir Félix que, desta vez, não deu qualquer hipótese a Robles. Um duro soco no estômago do Estoril, que vinha dando o sinal mais nos instantes anteriores.
Sem conseguir criar perigo a Andrew, a verdade é que a formação da Linha ia deixando o Gil desconfortável. Em alternância entre jogadas de belo envolvimento e outras recheadas de precipitação, os galos intranqulizaram-se por momentos, permitindo a Xeka e Holsgrove comandar as incidências no miolo. De resto, até ao intervalo, o jogo disputou-se no último terço gilista e, mesmo sem grandes ocasiões - exceção feita à tentativa de meia distância de Holsgrove - o empate chegou de penálti.
Após deixar Sandro Cruz nas covas, Wagner Pina viu Rúben Fernandes intercetar-lhe o centro a meia altura - a bola bate no braço do capitão gilista ainda que de muito perto -, Iancu Vasilica não teve dúvidas e Begraoui converteu com sucesso para desalento dos adeptos barcelenses. Havia uma certeza para o segundo tempo: indefinição máxima.
Desalinhamento gilista, sorriso canarinho
No recomeço, os pupilos de Bruno Pinheiro reativaram a dinâmica vista no seu melhor período e o perigo voltou a ser uma constante para Robles. Jordi Mboula teve um golo anulado por claro fora de jogo, Fujimoto viu Pedro Álvaro negar-lhe o golo com um corte precioso, sendo que o guardião espanhol dos canarinhos ainda se agigantou na mancha aos pés de Félix Correia.
Pouco depois, Aguirre confirmou o ascendente gilista num fado em tudo idêntico ao de Mboula - golo anulado por escassos centímetros -, perante um Estoril excessivamente apático face à subida de rendimento anfitriã. Pelo meio, Lacximicant ainda fez Andrew aquecer as luvas - perda de bola infantil do extremo espanhol -, antes de mais um golo invalidado por nova posição ilegal, desta vez a Fujimoto.
No entretanto, Ian Cathro procurou agitar a sua equipa com várias entradas e o rendimento canarinho subiu automaticamente. Mais perto da baliza de Andrew, os da Linha assustaram como nunca com o belo remate de Pedro Amaral e gelaram o Cidade e Barcelos, pouco depois. Canto batido à direita, desvio ao primeiro poste de Bacher e emenda precisa de Bouma na segunda zona de ataque ao espaço.
Em desespero de causa, Bruno Pinheiro fez entrar Santi García na tentativa de salvar um ponto, mas o balanceamento dos da casa não surtiu efeito e os três pontos voaram mesmo para o sul do país.