
Após, na véspera, já ter terminado o terceiro dia do Europeu de atletismo por equipas, disputado em Madrid, no 11.º lugar (190 pts) entre os 16 países participantes, face ao atletas com que contava para ontem, última jornada dos campeonatos, Portugal já tinha uma certa confiança que poderia manter-se na I Divisão e fugir às três últimas posições, condenadas à descida.
Ninguém se enganou. Isaac Nader (3.39,08m), ao vencer os 1500m, garantindo assim 16 pontos, Salomé Afonso (4.09,01s), 2.ª nos 1500 femininos (15 pts), e Agate Sousa (6,84 m), 3.ª no comprimento, deram o impulso necessário para ficar ainda mais acima na tabela classificativa e a concretização do objetivo que ficou assegurado com o 8.º lugar decorrente dos 300 pontos (157 nas mulheres, 143 nos homens) somados no Estádio de Vallehermoso, que igualaram a classificação registada na edição anterior, 2023.
Total que superou poderosas seleções como a Suécia (288,5 pts), Suíça (286), Chéquia (283), Grécia (253) e Hungria (244,5) numa edição que voltou a ser ganha pela Itália (431,5), seguida da Polónia (405,5) e Alemanha (397). Em sentido contrário, descem Ucrânia (231), Finlândia (220,5) e Lituânia (178,5), que terão as vagas preenchidas pela Bélgica, Eslovénia e Noruega.
Pelo meio deu ainda para Lorène Bazolo, de 42 anos, derrubar o seu máximo nacional dos 200 metros ao ser 5.ª (12 pts) com 22,61s para retirar três centésimos à sua anterior melhor marca, fixada em agosto de 2021, num meeting em La Chaux-de-Fonds, na Suíça, e no final sobreviver ao susto da estafeta mista de 4x400m ter sido desclassificada.
Quanto a Isaac Nader, continua a mostrar encontrar-se numa temporada que promete ser memorável. Bem taticamente do princípio ao fim e atacando no fim para cortar a meta isolado de braços abertos e sorriso a abrir-se. «Dei a primeira fogachada aos 300m, o holandês manteve-se, dei a segunda aos 200, ele continuou a dar luta, mas dentro de mim ainda tinha uma terceira velocidade e ataquei na reta final para não o deixar reagir mais», começou por contar Nade à comunicação da FPA.
«No final, consegui dar-lhe alguns metros e procurei puxar pelo público, porque é importante dar espetáculo para que as pessoas se sintam felizes e voltem. Mas, nestas provas coletivas o importante é dar o máximo de pontos a Portugal e foi o que tentei fazer. O trabalho que temos feito dá-me esta possibilidade de responder bem a estes ritmos», completou.
Já Salomé, que na véspera, depois de ser 7.ª nos 800m, prometera lutar pela vitória nos 1500m, não faltou à promessa. Apenas se viu batida pela francesa Agathe Guillemot, que resistiu aos seu ataque. Ainda assim brincou. «Sim, parece que a francesa não gosta de mim e começo a não gostar dela. Na verdade, é uma excelente atleta e notei isso em algumas provas, mas sinto-me cada vez mais com capacidade para lutar com elas. Dei o máximo para dar a pontuação máxima a Portugal e pelo menos consegui ser segunda, com os 15 pontos», apontou.
Por fim Agate voou para o 3.º lugar de um pódio virtual com 6,84 metros (+1.2). Seu melhor registo da temporada. «Estou completamente feliz, porque consegui a melhor marca da época. Queria mesmo era vencer, mas não foi assim que aconteceu. No entanto gostaria de referir que estes 6,84m são uma vitória. Há ano e meio fiz uma artroscopia, pensava-se que tinha uma rotura, mas não. Só que, na verdade, continuo com dores no joelho. Limita-me o treino e não me deixa conseguir o que acho ser capaz. Mas estou feliz porque nesta prova nós damos tudo para conseguir o máximo de pontos para Portugal e isso é o mais importante», revelou quando a Seleção já começava a festa da manutenção.