O mundo do desporto motorizado está à beira de uma revolução inovadora, uma vez que a FIA estabelece novos padrões de segurança para o uso de hidrogénio líquido em veículos de corrida. A recente decisão tomada durante a significativa reunião do Conselho Mundial do Desporto Motorizado em Macau marca um momento crucial na história das corridas. A adição de hidrogénio líquido aos regulamentos internacionais é iminente, com o WEC e a série Extreme H a serem as principais categorias afetadas por este desenvolvimento transformador. Até a Fórmula 1 está a acompanhar de perto o potencial do hidrogénio para futuras regulamentações.

Este quadro regulatório surge após o anúncio da FIA em fevereiro de 2024 para explorar o uso de hidrogénio líquido nas corridas, oferecendo uma solução mais compacta em comparação com a forma gasosa inicialmente favorecida. A Federação agora finalizou um conjunto de regulamentos padrão relativos a sistemas de armazenamento, procedimentos de reabastecimento e à integração de sistemas de hidrogénio com o restante do veículo. Estes regulamentos serão incorporados no Artigo 253 do Apêndice J do Código Desportivo Internacional da FIA, que já abrange vários regulamentos técnicos relacionados com a segurança.

Este anúncio marcante é o culminar de uma extensa colaboração entre a FIA e a ACO, co-organizadora do WEC e das prestigiadas 24 Horas de Le Mans, a trabalhar para a introdução de uma classe de hidrogénio para a icónica corrida de resistência francesa até ao final da década. As discussões envolveram especialistas em hidrogénio dos setores aeroespacial e energético, resultando em padrões acordados que incluem o uso de tanques testados à pressão, sistemas de monitorização de fugas de hidrogénio e limites definidos sobre a evaporação.

As implicações desta decisão são particularmente significativas para a WEC, com planos em curso para introduzir uma classe de protótipos a hidrogénio para a edição de 2028 das 24 Horas de Le Mans, embora não se descarte um possível atraso. Por outro lado, o lançamento do Extreme H, uma série que apresenta veículos todo-o-terreno alimentados por células de combustível, é iminente. A comunidade da Fórmula 1 também está intrigada com as perspetivas do hidrogénio, com discussões e considerações em andamento para as regulamentações das unidades de potência pós-2026, onde o hidrogénio continua a ser uma opção viável em cima da mesa. À medida que o panorama do desporto motorizado se prepara para uma mudança de paradigma em direção a tecnologias sustentáveis e inovadoras, a introdução de hidrogénio líquido nas regulamentações de corridas anuncia uma nova era de desempenho, eficiência e segurança na pista.