
A palavra de ordem agora é: recuperação. A infantilidade da UAE Emirates na 1.ª etapa, quando não conseguiu organizar uma caça à fuga e deixou João Almeida a mais de três minutos da camisola amarela, está, pé ante pé, a ser remendada pelo português, que depois da vitória na etapa 4, a atacar a 50 quilómetros da meta, voltou a cortar, e em muito, diferenças para a frente na etapa-rainha da Volta à Suíça.
Desta vez, Almeida não ganhou. Mas quase. Foi 2.º na luta na meta com Oscar Onley (Picnic). Sofreu e, como quase sempre, recuperou. Depois de meter as unhas de fora na primeira passagem pela subida de Castaneda, quebrou ligeiramente na segunda passagem pela última dificuldade de uma etapa com quatro contagens de 1.ª categoria. Mas seria momentâneo. O caldense encontrou o seu ritmo até voltar a recuperar forças para o ataque, onde se colocou lado a lado com Onley, que seguia então isolado na frente.
Com Roman Grégoire, líder da geral, há muito perdido nas montanhas helvéticas, o objetivo do ciclista português passou por ganhar o máximo de tempo aos rivais, nomeadamente ao australiano Ben O’Connor. Uma tarefa bem sucedida. No final, Onley atacou cedo, Almeida ainda respondeu, mas seria mesmo o britânico a levar a vitória na etapa, impedindo assim dois triunfos seguidos de João.
Com O’Connor a chegar a 2.40 minutos, Almeida arrumou, aparentemente, um dos principais rivais. Mas ainda não é líder: Kévin Vauquelin (Arkea) cortou a meta 57 segundos depois de Almeida, subindo assim ao topo da classificação. Almeida é 3.º, a 39 segundos do francês. Outro gaulês, Julian Alaphilippe, está no meio, a 29 segundos do compatriota.
Na sexta-feira, apesar das duas contagens de 2.ª categoria, o perfil da etapa poderá não ser o melhor território para Almeira recortar ainda mais tempo. No sábado, voltam a abrir-se hipóteses na média montanha. Mas será no domingo, no derradeiro dia de Volta à Suíça, a crono-escalada de 10 quilómetros com final em Stockhutte, que o ciclista português terá mais argumentos para roubar a camisola amarela, ainda que Vauquelin tenha argumentos neste tipo de terrenos.