É uma pergunta de difícil resposta, mas penso que essa possibilidade esta época é mais realista do que nos últimos anos tendo em conta o plantel do Barcelona à disposição de Hansi Flick.

Depois da saída de Messi do clube onde fez quase toda a carreira, o Barcelona passou por um período de orfandade dele próprio, o que causou uma grande instabilidade, não sabendo lidar com a ausência do pequeno mágico, ele que era uma espécie de farol dos companheiros dentro de campo.

Foram vários os fatores que levaram à instabilidade do clube da Catalunha. Má escolha de jogadores para o plantel, a péssima condição financeira que o clube a certa altura atravessou, em 2022 o clube culé com 1,3 mil milhões de euros era o mais endividado do mundo, criaram a turbulência que levou o Barça apesar de internamente continuar a ganhar ou perto de ganhar campeonatos, na Liga dos Campeões nestes anos o clube esteve sempre longe das grandes decisões.

A última Liga dos Campeões ganha pelo colosso catalão dista da época 2014/2015 quando pontificavam no plantel, um trio de ataque fenomenal constituído pelo genial Lionel Messi, Neymar e o goleador Luís Suaréz auxiliados por um meio-campo onde o tiki-taka era lei comandado por Xavi e Iniesta que marcaram uma era no futebol europeu com Guardiola ao leme e depois com Luís Enrique a dar continuidade à filosofia implementada no clube.

Uma década depois com um plantel renovado e um treinador adepto de futebol ofensivo, parece que o Barça está aparentemente preparado para levantar a sexta Taça de campeão da prova mais importante de clubes do Velho Continente.

Passados os tempos difíceis, o Barcelona com uma nova direção liderada por Joan Laporta decidiu investir num plantel que desse garantias de sucesso tanto internamente como na Europa sem esquecer a riquíssima cantera de que o clube dispõe e que desde sempre aproveita sempre alguns elementos, para o plantel principal.

Na baliza, o Barcelona conta com o internacional alemão Marc–Andre Ter Stegen, um dos melhores guarda-redes do mundo que, atualmente se encontra lesionado de longa duração, tendo rapidamente encontrado substituto na figura de Szczecny, um guardião que o clube recuperou da pré-reforma para ser titular dos blaugrana.

O meio-campo, o centro nevrálgico da equipa, é comandado por Gavi, um jogador vindo da famosa cantera blaugrana e Pedri, que chegou no primeiro ano de sénior ao clube, bem coadjuvados pelo neerlandês Frenkie de Jong e mais à frente Dani Olmo são os grandes centrocampistas da equipa.

O novo trio de ataque do Barça e que são aqueles que realmente fazem sonhar os adeptos culés na conquista do sexto troféu de campeão europeu são o extremo Lamine Yamal, um dos atuais melhores jogadores do mundo e potencial Bola de Ouro nos próximos anos cuja mais recente vítima foi o Benfica nos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Raphinha é outra das pontas do ataque que tem sido decisivo na marcação de golos e nas oportunidades que cria, o Benfica mais uma vez que o diga muito recentemente. Um jogador que no passado passou por Portugal no Vitória SC e no Sporting com relativo sucesso, mas que pessoalmente não esperava que atingisse este patamar chegando inclusivamente a seleção brasileira de futebol depois de chegar a Barcelona.

A ponta de lança está o polaco Robert Lewandowski que, apesar da idade, continua um avançado extremamente letal e muito associativo com o resto da equipa do Barcelona, continuando a ser um finalizador de excelência.

O único setor que me provoca mais dúvidas na obtenção do objetivo de ganhar a Liga dos Campeões é a parte defensiva. Apesar de ter um excelente lateral esquerdo extremamente ofensivo e também da cantera, Alejandro Balde, atualmente, na minha opinião, falta um grande defesa central no clube.

Um central que seja o patrão do eixo defensivo da equipa do Barcelona como foram em tempos Ronald Koeman ou Carles Puyol. Parece-me que nem Ronald Araujo, nem Iñigo Martinez ou os jovens Eric García e Pau Cubarsí, estes ainda sem o potencial todo desenvolvido, sejam o tal líder que um tubarão europeu como o Barcelona precisa. E isso, em confrontos decisivos contra equipas do mesmo nível, pode fazer a diferença.