O Santa Clara recebe nesta quinta-feira o Varazdin no Estádio de São Miguel, em jogo da 2.ª mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga Conferência. Os açorianos terão que reverter a derrota (1-2) do primeiro jogo realizado na semana passada na Croácia, e Vasco Matos garante uma equipa mais preparada, não permitindo «qualquer tipo de relaxe, desleixo, falta de rigor e falta de exigência».

- Foi visível a sua irritação em parte do jogo da primeira mão, em que também deu para perceber que o Santa Clara tem argumentos para fazer frente ao Varazdin. O que é que o Santa Clara aprendeu no último jogo e o que é que deve mostrar agora?

- Obviamente que não foi a entrada que queríamos. Fizemos a análise durante a semana e também houve alguns fatores que nos condicionaram um pouco. Obviamente que é tudo um bocadinho novo para toda a gente aqui dentro e aqueles primeiros minutos não foram de facto aquilo que nós queríamos e o que tem sido a nossa equipa ao longo do tempo. Mas isso faz parte. E durante muitos minutos do jogo também mostramos essa capacidade coletiva e individual e isso também alimenta aquilo que vai continuar a ser o nosso caminho e o nosso futuro. A equipa do Varazdin é boa, foi a quarta classificada do campeonato croata, tem jogadores com qualidade e o adversário também joga. Mas acreditamos muito naquilo que é o nosso trabalho. E depois do jogo acabar e daquilo que tínhamos trabalhado antes e do que tinha sido a análise, foi mais ou menos o que tínhamos identificado. Mas os comportamentos, por este ou por aquele motivo, não funcionaram como queríamos. Mas detalhámos bem o jogo e estamos prontos para amanhã.

- A determinada hora do jogo, o Varazdin alterou a sua disposição tática. Está à espera de surpresas?

- Obviamente que à partida trabalhamos em função daquilo que é o padrão principal do Varazdin. Mas obviamente temos de ter essa consciência e prepararmo-nos também para um outro tipo de estrutura. Mas, essencialmente, temos de olhar para nós, para aquilo que é o nosso trabalho e o que nos faltou no jogo. E não vou entrar aqui em pormenores técnicos e táticos, mas em termos daquilo que é a nossa atitude, aqueles comportamentos que a nossa equipa tem como padrão e esses têm de estar sempre presentes. Corrigir alguns comportamentos com bola, sem bola, isso faz parte. Mas acima de tudo olhar para nós e perceber onde é que nós poderemos melhorar e acrescentar em detrimento daquilo que não fizemos em Varazdin.»

- São esses comportamentos que se referia quando disse que teve consequências no final do jogo?

- Claro. Temos de olhar para o jogo e isso tem de trazer consequências. Eu não sou aquele treinador que finge que está tudo bem. Quando não está tudo bem é para mostrar que não está tudo bem. Eu não sou aquele que diz... vamos mostrar ao mundo que estamos felizes. Não. Aquilo que o adversário mostrou foi aquilo que nós preparámos. Se nós não fizemos, temos de perceber o porquê. E isso tem de trazer consequências no trabalho, a exigência, a concentração e o foco têm de ser maiores. Sei que é uma competição diferente, é um momento e uma realidade diferente para nós. Não temos essa experiência, mas temos de evoluir. E essa evolução aqui dentro só se faz com rigor e com exigência. E a exigência não é subir e assobiar para o lado. A exigência que vivemos aqui há dois anos tem de continuar com rigor para todos, porque isto depois vai passando de departamento para departamento. E nós não queremos abolir esse tipo de situação. Felizmente as coisas têm acontecido de uma forma bastante positiva e não tenho dúvidas que vão continuar a funcionar dessa forma. Não vamos permitir aqui qualquer tipo de relaxo, desleixo, falta de rigor e falta de exigência.

- Sente a equipa mais preparada depois de algumas falhas nas segundas bolas e reação à perda?

«Mais preparados estamos. Não foi tanto pelas segundas bolas e reação à perda, mas sim por comportamentos iniciais, em que a equipa não funcionou coletivamente. A interpretação dos timings exigidos naquele momento não foi a correta, e isso desencadeia uma bola de neve. Se não temos os comportamentos certos logo no início, já não vamos ganhar a segunda bola, e a reação à perda também não será a melhor. Ou seja, antes dessas questões, houve princípios fundamentais que não existiram. Analisámos e identificámos essas situações e agora temos de transportá-las para dentro do campo.»

- É fundamental o apoio do público para o jogo de amanhã?

- Sem dúvida. Tem sido o nosso caminho, jogamos juntos com os nossos adeptos. E amanhã não vai ser diferente. Precisamos do apoio deles, espero que venham em força, que compareçam em grande número. Porque sem dúvida nenhuma esta equipa merece o apoio e nós temos de continuar a jogar juntos, porque juntos somos muito mais fortes.