Tadej Pogacar sabe que para vencer corridas de um dia como as clássicas da primavera tem de ser ofensivo, de pressionar rivais do gabarito de Mathieu van der Poel, Mads Pedersen ou Wout van Aert em todas as subidas. Se na recente Milão-Sanremo, pelo quinto consecutivo, a estratégia ainda não resultou, na Volta a Flandres, com os seus muros em empedrado, o esloveno, de tanto atacar, acabou por derrotar todos os oponentes a 18 quilómetros da meta.

Fê-lo, definitivamente, na última passagem pelo Oude Kwaremont, isolando-se para vencer com mais de um minuto de vantagem sobre um quarteto liderado por Pedersen, que bateu o sprint para o segundo lugar Van der Poel e Van Aert.

O campeão do mundo conquistou a Ronde pela segunda vez e oitavo monumento na sua carreira, mas acima de tudo vingou-se de Mathieu van der Poel, que o derrotou há duas semanas em Milão-Sanremo. A Paris-Roubaix, no próximo domingo, será palco da batalha seguinte.

«Foi uma corrida incrível, um dia incrível, estou muito, muito orgulhoso do que conseguimos como equipa. Conseguir vencer, mesmo com um pouco de azar para alguns colegas de equipa. É simplesmente incrível. Estou muito feliz por todos terem dado 100%, ou até mais, absolutamente tudo! Motivaram-me para também dar tudo».

Pogacar referiu-se à queda do companheiro de equipa Tim Wellens, um dos principais elementos no plano de corrida da UAE Emirates. «Obviamente, não foi o ideal. Mikkel [Bjerg] teve de fazer um esforço extra, António [Morgado] teve de entrar em ação mais cedo, assim como Nils [Politt]. Mas, apesar de tudo, conseguimos colocar em prática o que tínhamos planeado, mesmo que o ritmo antes do final tenha sido ligeiramente alterado. No final, tudo correu bem. Creio que devemos estar orgulhosos do que fizemos».

«Estou muito orgulhoso por ter vencido aqui na Flandres com esta camisola [de campeão do mundo]. O ambiente criado pelos adeptos foi incrível, um verdadeiro prazer. Bem, os últimos oito quilómetros não foram muito agradáveis, mas, tirando isso, foi uma experiência incrível!», disse.

Pogacar admitiu que teve de atacar mais cedo, na penúltima passagem em Oude Kwaremont. «Todos são de classe mundial. Seria estúpido da minha parte pensar que os poderia derrotar no meu primeiro ataque no Kwaremont. O meu objetivo era tornar a corrida o mais difícil possível, cansar toda a gente e jogar com o facto de ser uma corrida longa. No final, estando todos cansados, é então que tudo se joga», explicou.

O esloveno falou ainda sobre a estreia na Paris-Roubaix, para o que desde já passam a estar viradas todas as atenções. «Agora, vamos olhar para a Paris-Roubaix. Com a forma com que estou, creio que tenho de tentar vencer. Vou enfrentar o desafio», concluiu.