Azul, para já, (um pouco) mais carregado que o amarelo no play-off pela vaga a preencher na Liga 2. Belenenses e Paços de Ferreira protagonizaram um duelo com praticamente todos os ingredientes: dois históricos do futebol português determinados, uma tarde de sol, Restelo bem composto, emoção e triunfo da equipa da casa, ainda que pela margem mínima (2-1), deixando antever uma decisão ao detalhe na segunda mão, dentro de oito dias.

As duas equipas entraram intensas na procura de uma vantagem inicial, com ligeiro sinal mais para o Belenenses, 3.º classificado da Liga 3, mas esse bom ritmo inicial foi-se diluindo face ao encaixe entre ambos os conjuntos, que se fazia sentir através de disputas acesas – embora leais – no setor intermédio. Um jogo disputado, mas com pouca incidência nas áreas até aos dez minutos finais da etapa inicial, período no qual lisboetas e pacenses ameaçaram chegar ao primeiro golo antes do intervalo.

Primeiro o Paços, aos 36’, na única ocasião de perigo de que dispôs em todo o primeiro tempo - um cabeceamento a partir de posição difícil de João Caiado, ao qual o Belenenses respondeu por duas vezes, aos 38 e 43 minutos por Diogo Leitão e Rodrigo Pereira, respetivamente, com dois remates à entrada da área.

O Belenenses parecia mais próximo do golo que o seu opositor e confirmou essa ideia após o descanso, com duas situações de perigo nos dois primeiros minutos do segundo tempo, por Rodrigo Pereira e Evandro Barros, e quando o Paços, 16.º classificado na última Liga 2, se mostrava mais afoito… foi quando a equipa da casa conseguiu adiantar-se no resultado.

Uma combinação entre Diogos revelou-se eficaz e Diogo Paulo encontrou Diogo Leitão para que este, num remate em arco, encontrasse o caminho para o primeiro golo da tarde, aos 65’. Na resposta, o Paços quase repunha a igualdade num potente remate de Welton Júnior, ao poste esquerdo.

Não marcaram os visitantes, fizeram-nos os da casa, que, entretanto, tinham recorrido ao seu banco de suplentes. E aos 73’ os jogadores lançados deram a resposta que o técnico João Nuno aguardava: Ekanga assistiu Xavi e este atirou, forte e colocado, para uma vantagem de 2-0 que fazia sonhar os adeptos da Cruz de Cristo.

Uma sensação de felicidade que se manteve, mas de forma mais comedida, visto que logo depois, aos 75’, o Paços entrou no resultado… e em grande estilo, com um desvio de calcanhar de João Pinto, correspondendo a cruzamento tirado por Welton Júnior.

A jogada do golo gerou alguns tumultos, prontamente resolvidos, e os minutos finais disputaram-se com emotividade, mas com o emblema do Capital do Móvel a não revelar o discernimento necessário para resgatar a igualdade e evitar a vitória do Belenenses, que desta forma parte em vantagem, ainda que ligeira, para a segunda mão, no reduto pacense, marcada para dia 1.