Rui Ferreira vai enfrentar, pela primeira vez na carreira de treinador, o Sporting, na receção do AVS SAD aos leões neste domingo, pelas 18 horas. Porém, o técnico avense, que está em plena estreia na 1ª Liga, sente-se tranquilo por defrontar um dos grandes do futebol português pela primeira vez no campeonato.

"Não interessa muito o meu estado de espírito, se me estreio ou não. Não considero que seja uma estreia, nunca considerei que tivesse saído do futebol de topo. Sabia que o regresso, a seu tempo, iria acontecer. O trajeto é normal e o momento é preparar a minha equipa o melhor possível", adiantou o técnico, de 51 anos, frisando que "não há grande sentimento" por defrontar o Sporting: "É mais um jogo, foi preparado da melhor forma possível para que possamos apresentar-nos fortes. Jogámos em casa, queremos vencer, temos que demonstrar essa ambição. Vamos encontrar um Sporting difícil e não fragilizado, como querem fazer parecer. Muito pelo contrário, já não vence fora desde Vila do Conde e quer muito vencer. Quer ser campeão, precisa de conquistar pontos e não estamos à espera de facilidades."

Que tipo de AVS SAD vai estar em campo amanhã? "Temos, neste momento, um grupo que quer muito melhorar. A minha equipa técnica e eu queremos contagiá-los para evoluírem e crescerem. Queremos prolongar ainda mais o que fizemos em Vila do Conde, principalmente na primeira meia-hora. Queremos sair da situação desconfortável onde estamos, precisamos de pontos, queremos vencer para melhorar."

Sporting está débil com tantas lesões? "Vamos encontrar um Sporting forte, não acredito em muitas fragilidades. Se avaliarmos os jogadores disponíveis do Sporting, estaremos a falar do meio-campo, que poderá passar pelo Debast, que já desenvolveu essa posição mesmo sem o Sporting estar fragilizado e outro lugar ao lado, que deverá passar por mais uma oportunidade a um jogador da cantera do Sporting. Vejo jogadores que descansaram, como o Gyökeres e o Trincão, e dou prioridade a isso. Esperamos um Sporting forte."

Que ilações positivas tirou de Vila do Conde? "Os jogadores têm de acreditar nas suas capacidades, não podemos fugir da nossa realidade. Não gosto de floreados ou 'mind games'. Não podemos deixar de chamar a nós algumas responsabilidade e pressão. Não podemos olhar para o lado e pensar que temos o Lucas Fernandes, que jogou no Botafogo, ou o Lucas Piazon, que jogou no Chelsea, têm nome, perceber que temos jogadores que já foram campeões noutras ligas. O que transmitimos aos jogadores é responsabilidade, temos de acreditar que aquilo que já fizeram pode ser feito novamente. Acreditamos no trabalho dos jogadores, mas espero que estejam crente na nossa metodologia."

A estratégia passa mais por trabalhar o sistema com a sua equipa? "A nossa forma de trabalhar é simples: passar aquilo que pretendemos para a nossa equipa, os nossos valores e isso é fundamental. E também trabalhar sobre o adversário, sabendo as forças e as fragilidades. É neste sentido, agora, se há jogos que têm mais mediatismo que outros os jogadores têm de perceber que todos têm de ser encarados da mesma forma. Não quero que a minha equipa tema ninguém, mas também não quero que ache que é a melhor. Temos que respeitar com muito trabalho, com as mangas bem arregaçadas, com talento e com muita transpiração, muita criação. Tudo isso junto, servirá para construirmos uma boa equipa, seguramente."