
O Ac. Viseu recebe, neste sábado pelas 14 horas, o P. Ferreira no Fontelo, mas Sérgio Vieira não quer descomprimir perante o cenário estável na classificação, perspetivando "dificuldades" que os castores irão tentar colocar, até porque uma vitória pacense valerá, neste cenário, a garantia do lugar de playoff de permanência na 2ª Liga.
"Sabemos que está em causa algo extremamente valioso e, como é natural, os objetivos que eles ainda têm nesta época. Certamente, vamos ter de combater esse tipo de argumentos da parte do Paços. Este é um jogo que se assemelha muito à maioria daqueles que nós tivemos, porque os adversários sempre foram muito difíceis de contrariar. Queremos e vamos terminar a época com dignidade", atirou o técnico, de 42 anos.
Que objetivos ainda existem para a sua equipa? "Não nos focamos no 9º lugar, porque o que queríamos era o primeiro, o segundo ou o terceiro, no mínimo. Pelo menos, foi esse o meu objetivo quando vim para cá em janeiro. Infelizmente, não conseguimos, e a partir desse momento, o foco tem de ser conquistar tudo aquilo que é possível conquistar. A posição na tabela é uma consequência final de outros objetivos que nós temos: demonstrar a nossa ambição dentro de campo, a nossa organização e conseguir a vitória. A forma como vamos conseguir essa vitória é aquilo em que a equipa se foca mais: demonstrar ambição, querer, qualidade, profissionalismo, dignidade."
É importante terminar com uma sequência boa e, em especial, uma vitória em casa? "Quando o objetivo que me trouxe cá não foi alcançado, para mim pessoalmente não é positivo. Depois, há outros pequenos objetivos que tivemos, que podem ser base para o futuro, para outras conquistas, e esses foram alcançados. Diariamente, sentimos a capacidade de reverter determinados processos, a resiliência para cairmos e nos levantarmos e continuar a lutar. Apesar de as coisas não estarem a correr como queríamos, ficou a parte positiva desses processos. Mas, em termos gerais, naturalmente que não foi positivo, porque o objetivo principal não foi conquistado. E isto é algo que temos de encarar de forma natural, é a nossa profissão. É uma paixão para os nossos adeptos, mas não pode ser mais do que isso. Primeiro está a parte humana, a frontalidade com que encaramos as coisas. Só assim é que temos a lucidez necessária para nos levantarmos no futuro e sermos muito mais vencedores do que aquilo que fomos até ao momento."
.As lesões sofridas ao longo da temporada vão obrigar à rotação do plantel? "Já temos estado a fazer isso de uma forma improvisada, mas natural, consoante as circunstâncias com que temos preparado os jogos. Infelizmente, as lesões traumáticas de alguns jogadores, questões disciplinares, acumulação de amarelos, ou as lesões de longa duração como foi o caso do Gautier, todas essas adversidades tiraram estabilidade à evolução da equipa em determinados momentos. Levaram-nos a olhar para todos os jogadores como opções em que confiávamos. Felizmente, foram dando respostas positivas em diferentes momentos de adversidade."
O último jogo deixou uma boa marca no grupo? "Fomos a Vizela e demos uma resposta muito positiva perante outro tipo de adversidades. Foi um jogo com o estádio cheio, com muito ruído, um ambiente competitivo muito interessante. A maior parte dos nossos jogadores mostraram personalidade e confiança. Tivemos uma avaliação positiva do jogo, mesmo não tendo ganhado."
Em que distingue este jogo do jogo com o Vizela? "O contexto deste jogo é diferente, a envolvência vai ser diferente. Esperemos confirmar essa lógica que, apesar da diversidade, os nossos jogadores mantenham o foco, a atitude competitiva, a ambição de ganhar, a confiança para jogar e a agressividade para disputar o jogo. Porque, no fundo, é isto que os nossos adeptos querem ver. É isto que mantém e eleva as carreiras dos jogadores - competir em diferentes circunstâncias, manter a performance, a mesma regularidade. E, nesse sentido, pode ser positiva a avaliação que vamos fazer de outros jogadores que ainda não tiveram oportunidade até ao momento."