
Bill Gates já alcançou o topo da lista dos empresário mais ricos do mundo. Agora está abaixo dos 10 primeiros e poderá até sair desta lista nos próximos 20 anos. Foi em 1975 que o jovem estudante de Harvard deixou a faculdade para fundar, com Paul Allen, falecido em 2018, a Microsoft. Fez precisamente 50 anos no passado mês de abril. Entusiasta da computação, tinha na bagagem o sonho e vir a transformar a indústria dos computadores pessoais, o que veio, efetivamente, a acontecer. Idolatrado por muitos – mas também demonizado por outros – o empreendedor marcou várias gerações com as suas inovações e alargou a sua atividade a várias áreas, entre elas a filantropia. A lista dos mais ricos da Forbes de 2025 coloca-o na 13º posição do ranking mundial, liderado por Elon Musk, com uma fortuna avaliada em 108 mil milhões de dólares (cerca de 96 mil milhões de euros).
Para os seus três filhos, Jennifer, de 27 anos, Rory, de 23, e Phoebe, de 21, fica 1% da sua fortuna, ou seja, qualquer coisa como 10 milhões de dólares (9 milhões de euros) cada.
Mas esta contabilização vai mudar nas próximas duas décadas, é certo, segundo o anúncio feito esta semana pelo próprio. Bill Gates deu a conhecer ao mundo que, até 2045, vai doar 99% da sua fortuna à Gates Foundation – que rondará então os 200 mil milhões de dólares (cerca de 177 mil milhões de euros). Para os seus três filhos, Jennifer, de 27 anos, Rory, de 23, e Phoebe, de 21, fica 1% da sua fortuna, ou seja, qualquer coisa como 10 milhões de dólares (9 milhões de euros) cada.
Bill Gates poderia ser o primeiro “trilionário” da história
Segundo a avaliação da Forbes Internacional, a fortuna de Bill Gates seria atualmente muito superior à de Elon Musk, que contabiliza, ao dia de hoje, qualquer coisa como 395,6 mil milhões de dólares (cerca de 352 mil milhões de euros). Segundo estimativas da revista, se Bill Gates e a sua ex-mulher Melinda, não tivessem vendido as suas ações da Microsoft, o valor combinado dos dois filantropos seria de cerca de 1,5 biliões de dólares (triliões em inglês, daí o termo trilionário), ou seja, qualquer coisa como 1,34 biliões de euros. Isto seria o triplo do património atual de Elon Musk.
Se tivesse mantido todas essas ações durante as quatro décadas seguintes, ele e Melinda teriam agora 3,2 mil milhões de títulos , ou seja, uma participação de 43% na Microsoft, num valor acionista de 1,4 biliões de dólares
Pouco antes de tornar pública a Microsoft, em 1986, Bill Gates possuía 11,2 milhões de ações da empresa, o que representava uma participação de 49% no valor de então, que ascendia a cerca de 200 milhões de dólares (cerca de 177 milhões de euros), com base no preço da IPO. Se tivesse mantido todas essas ações durante as quatro décadas seguintes, ele e Melinda teriam agora 3,2 mil milhões de títulos combinadas, isto após o desdobramento dos mesmos. Isto dar-lhe-ia uma participação de 43% na Microsoft, ou seja, um valor acionista de 1,4 biliões de dólares (cerca de 1,24 biliões de euros). O ex-casal teria também mais cerca de 100 mil milhões de dólares (cerca de 88,9 mil milhões de euros) em dinheiro proveniente de dividendos depois de impostos, de acordo com as estimativas da Forbes.
Em março de 2020, quando se afastou do Conselho de Administração da Microsoft, Bill Gates teria apenas 1,3% de ações da companhia. Depois de doar mais algumas à Gates Foundation em 2022, estima-se que terá agora menos de 1% da companhia que fundou.
O segundo filantropo dos Estados Unidos
O empresário e a sua ex-esposa já doaram cerca de 60,2 mil milhões de dólares (cerca de 53,5 mil milhões de euros) desde 2000, sendo o segundo filantropo norte americano, depois de Warren Buffet. No entanto, Bill Gates, decidiu que até 2045 vai doar 99% da sua fortuna à Gates Foundation. A sua atividade encerrará nessa data ao contrário do inicialmente previsto de que com concluiria a sua atividade 20 anos depois da sua morte. O filantropo acredita que desta forma acelerará o impacto das suas doações a causas humanitárias como os cuidados de saúde nos países em desenvolvimento. A sua expectativa é reduzir o número de crianças que morem de doenças que podem ser prevenidas, nomeadamente poliomielite, malária entre outras. Também pretende apoiar a criação de uma nova vacina da tuberculose e uma terapia genética para o VIH.
O filantropo esclarece, no entanto, que esta iniciativa de doar a quase totalidade da sua fortuna nada tem de ver com o facto do governo norte-americano estar a reduzir o financiamento à ajuda internacional.
Tanto Bill Gates, como Melinda French Gates, agora a solo, continuam empenhados em cumprir o Giving Pledge, que criaram com Warren Buffet em 2010, com a finalidade de incentivar as pessoas mais ricas a doar pelo menos metade da sua riqueza antes de morrerem. Na altura Bill Gates escreveu: “Os meus pais ensinaram-me o que era a generosidade através da forma como utilizavam o seu tempo e os seus recursos. (…) Quando chegou a altura de escolher o que fazer com o meu património da Microsoft, sabia que tinha de seguir o exemplo deles. Decidi que a grande maioria da minha fortuna iria para ajudar o maior número de pessoas possível.”
O filantropo esclarece, no entanto, que esta iniciativa de doar a quase totalidade da sua fortuna nada tem de ver com o facto do governo norte-americano estar a reduzir o financiamento à ajuda internacional, mas condena Elon Musk por estar a retirar este importante apoio internacional, e de ser culpado pela morte de inúmeras crianças pobre no mundo.