A Guiné-Bissau obteve cerca de 4 milhões de dólares com a venda de créditos de carbono entre 2011 e 2016, segundo dados do Governo guineense e da representante das Nações Unidas no país.

Viriato Cassamá, ministro do Ambiente, Biodiversidade e Acção Climática, e Alessandra Cassazza, representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revelaram esses números num documento intitulado: “Mobilização de Financiamento para a Acção Climática na Guiné-Bissau”.

O documento foi publicado pelos dois responsáveis no âmbito da terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC-3), que terá lugar na cidade francesa de Nice, entre 09 e 13 deste mês e na qual o país africano será representado por Viriato Cassamá.

O governante guineense e a representante do PNUD entendem que a ocasião constitui momento para que o “potencial de carbono azul da Guiné-Bissau seja revisto”.

A mensagem de Cassamá e Cassazza nota que os cerca de quatro milhões de dólares gerados com a venda de emissões de crédito de carbono estão a ajudar às actividades de conservação ambiental no país, nomeadamente a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Os dois responsáveis, diz a Lusa, frisam ser possível que a Guiné-Bissau gere mais receitas com a venda de emissões de créditos de carbono que poderiam ser utilizadas na conservação marinha e no desenvolvimento comunitário.

Cassamá e Cassazza defendem que será preciso investir no reforço do quadro político, na regulamentação, nas medidas de salvaguarda ambiental, na criação de capacidade institucional e no apoio à investigação científica sobre o sequestro de carbono, incluindo a utilização de tecnologias de ponta como os drones.