
Quase um terço da população portuguesa com 16 ou mais anos tem sintomas de ansiedade generalizada. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 10% da população tem mesmo sintomas graves, como ataques de pânico ou palpitações. Locais com grandes multidões, como os festivais, podem potenciar este tipo de sintomas – e, por isso, o Meo Kalorama oferece um espaço a que o público pode recorrer, se sentir necessidade.
“Chama-se Sala de Pausa”, explica Dora Palma, responsável pela Sustentabilidade no Meo Kalorama.
“Estamos num festival : há muito barulho e, à noite, muitas luzes . E queremos que as pessoas com qualquer tipo de neurodivergência ou pessoas que tenham um ataque de pânico ou uma crise de ansiedade , possam acolher-se e recolher-se ", refere.
Nesta sala, os festivaleiros encontram um lugar “mais tranquilo”, com “uma luz mais ténue” e “ar condicionado”, para poderem sentir-se mais confortáveis e tranquilos.
“P retende ser uma sala de acolhimento para quem se sinta ultraestimulado ”, sublinha Dora Palma.
Junto à Sala de Pausa, há psicólogos (profissionais do ICAD -Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências) que também asseguram acompanhamento a quem dele precisar. Quem necessitar desta ajuda pode dirigir-se à sala no recinto, que está identificada – e, se não conseguir logo encontrá-la, basta pedir ajuda à equipa de acolhimento que se encontra mesmo à entrada do festival.
Ao longo dos três dias deste Kalorama, têm sido vários os festivaleiros a recorrer a este apoioe, por isso, a organização garante que a Sala de Pausa é para continuar nas próximas edições.
“H á estigmas na sociedade que precisamos de quebrar e mostrar que as pessoas estão seguras dentro do festival, que as pessoas podem vir, e que temos condições ”, nota Dora Palma.
“Tentamos realmente que as pessoas venham e se sintam acolhidas", conclui.