A 19.ª edição do festival literário LeV -- Literatura em Viagem, a maior de sempre, tomou conta da cidade de Matosinhos entre os dias 05 e 13 de abril, tendo recebido mais de cinco mil visitantes.

Os organizadores do evento anunciam agora uma data suplementar, para uma "conversa especial com o escritor Mia Couto", de entrada gratuita, a realizar-se no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Matosinhos, assinalando assim o encerramento do LeV.

"Às 18h30, Mia Couto será entrevistado pela jornalista da Rádio Renascença Maria João Costa, numa conversa intimista que promete revisitar a sua obra e refletir sobre as múltiplas fronteiras --- geográficas, culturais e linguísticas --- que a sua escrita continua a atravessar".

Ao longo de nove dias, muitos foram os temas que atravessaram o festival de Matosinhos, do humor à tecnologia, passando pelo turismo, a memória, a ficção ou a escrita de canções, refletindo uma diversidade que se estendeu não apenas aos conteúdos, mas também às vozes nacionais e internacionais que lhes deram forma.

Ricardo Araújo Pereira, Bruno Nogueira, Filipe Melo, José Luís Peixoto e Rita Redshoes foram alguns dos autores que este ano participaram no LeV, a quem se juntou "um elenco inédito" de escritores internacionais, como Joumana Haddad, Jenny Kleeman, Anna Pacheco e Virginia Mendoza, entre outros.

"Tanto a dimensão do programa como o impacto junto do público traduziram-se numa adesão que superou todas as expectativas, levando, pela primeira vez, à mudança de espaço das principais conversas do segundo fim de semana, da Galeria Municipal de Matosinhos para o Salão Nobre dos Paços do Concelho", comentou Fernando Rocha, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, entidade responsável pelo festival, com produção da The Book Company.

O último convidado do evento, Mia Couto, venceu no dia 11 deste mês o Prémio PEN/Nabokov 2025, tornando-se assim o primeiro autor de língua portuguesa a ser distinguido com esse galardão do PEN América destinado à literatura internacional.

Na justificação do prémio, o júri considerou que Mia Couto ocupa "uma posição singular no panorama das literaturas africana e mundial" e que o seu trabalho é um testemunho da dramática história da sua pátria, "bem como dos enigmas da identidade e da existência".

O prémio distinguiu o conjunto da sua obra, admirada por romances como 'Terra Sonâmbula' (1992) e a trilogia 'As Areias do Imperador' (2015, 2016 e 2018), selecionada para o Prémio Booker Internacional, entre outras, explicou na altura, em comunicado, o PEN norte-americano.

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