
O pianista François-Frédéric Guy, a oboísta Sally Dean e a soprano Andrea Conangla são apenas alguns dos músicos convidados da temporada que se estende de setembro a julho do próximo ano, sem esquecer solistas vindos da própria orquestra, como a violinista Ana Pereira e o clarinetista Nuno Silva, nem maestros convidados como Pietari Inkinen, José Eduardo Gomes, Bruno Borralhinho e Pedro Amaral, anterior titular e próximo diretor artístico do Teatro Nacional de S. Carlos.
A integral das Sinfonias de Schumann, os concertos de Natal, Ano Novo, Carnaval e da Primavera, os programas dedicados a Beethoven, Vivaldi, Borodin, Ravel e Kodály são outras propostas pensadas para o "grande público" da Metropolitana, que este ano põe em destaque a componente académica do projeto, ao dividir a temporada em duas: uma profissional, da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), outra académica, 'Ensaio Geral', ainda por anunciar.
"Esta iniciativa de separar estas duas temporadas que decorrem em paralelo, pretende que o público tenha uma imagem mais clara do que se faz na Metropolitana", disse em entrevista à agência Lusa o diretor artístico e maestro titular, Pedro Neves.
A Metropolitana tutela o Conservatório de Música, a Escola Profissional e a Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO), além da OML, composta por 34 músicos profissionais.
A temporada académica decorrerá em paralelo à profissional, a anunciar no início do ano letivo. "É a temporada das orquestras académicas e de toda a música de câmara que se faz no seio das três escolas da Metropolitana", acrescentou Pedro Neves à Lusa.
"As duas temporadas estão cada vez mais definidas", prosseguiu, referindo que assim "o grande público acaba por ter uma melhor leitura do trabalho que se faz na Metropolitana".
A Temporada 2025/2026 abre no próximo dia 15 de setembro, no Teatro Tivoli, com o maestro Pedro Neves a dirigir a OML, num programa que inclui a transcrição para trompete e orquestra do Concerto para Violoncelo de Joseph Haydn, por Serguei Nakariakov, a 3.ª Sinfonia de Schubert, e o Concerto para Piano, Trompete e Orquestra de Cordas, de Chostakovitch.
Nesta temporada, a Metropolitana abre as portas da sua sede, na Junqueira, em Lisboa, no antigo edifício da Standard Eléctrica, em frente ao rio Tejo. Trata-se do Espaço M, dedicado à música de câmara, que terá sete semanas.
Nesta Temporada, de 9 a 12 de outubro, o Espaço M abre com o concerto 'Ao Encontro do Jazz', em que participam os solistas da OML Sérgio Charrinho e João Moreira, trompetes, Rodrigo Azevedo, percussão, Alexêi Tolpygo, José Teixeira, Daniela Radu e Joana Dias, violinos, Sérgio Sousa, viola d'arco, e Jian Hong, violoncelo.
Em 2025/2026 também se "consolida a parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa", com dois concertos na Igreja de S. Roque: um no próximo dia 28 de novembro, sob a direção do maestro Pedro Amaral, e outro, no dia 02 de maio, com o maestro José Eduardos Gomes e o oboísta Tiago Coimbra, como solista.
No âmbito da Temporada está previsto um programa para as famílias, intitulado 'Ouvir Duas Vezes', um conceito que propõe "apresentar uma obra ou um tema da música", em que a OML vai "explicar a própria peça ou o processo da sua construção", com "hipótese de a ouvir duas vezes depois da explicação, e conseguir de uma forma, pedagógica e lúdica, demonstrar ao público que ao ouvir uma segunda vez pode ser muito útil", por se poder reparar no que passou despercebido na primeira vez. "Por isso é que a música erudita não se gasta", disse Pedro Neves.
Outro programa é o 'Música e Ciência', que assinala a parceria com a Universidade Nova de Lisboa e vai acontecer na reitoria, em Campolide, e na Costa de Caparica, em Almada.
Este programa destina-se a universitários, com a ideia de "aproveitar a música como meio de comunicação com os alunos e, através de um conferencista indicado pela universidade, fazer uma partilha de conceitos que podem ser vistos de prismas diferentes", explicou o maestro.
"Este ano vamos ter como base a reinvenção do Vivaldi, promovendo esta troca entre a Ciência e a Cultura, neste caso com a Música. É um projeto de troca de experiências, e confluências, que acabam por se unir, também".
'Reinvenção de Vivaldi' é também mote para um concerto em 11 de junho de 2016, no Teatro S. Luiz, em Lisboa, cujo programa inclui 'Vivaldissimo', concerto para duas trompetes, cordas e cravo, de Enjott Schneider, e 'As Quatro Estações Recompostas', de Max Richter, sobre a obra do compositor de Veneza.
No encerramento da temporada, a OML estreia uma nova composição de Simão Costa, 'Pons Varolli', que apresentará no Teatro S. Luiz, sob a direção de Pedro Neves.
'Pons Varolli' é uma estrutura no tronco cerebral que liga o cerebelo, os dois hemisférios e facilita a comunicação entre as diferentes partes do cérebro e a medula, desempenhando um papel vital em funções como a respiração, o sono e a transmissão de informação sensorial.
"O desafio do compositor vai ser materializar este conceito no lado musical", concluiu Pedro Neves.
A programação da temporada 2025/2026 da OML está disponível no 'site' da OML (www.metropolitana.pt).