
“O Zé Lopes é um profissionalão. Senti-o, comprovei-o, sempre que em contexto de televisão nos cruzámos. Bem preparado, fluente, genuíno. Para além disso, tem mais coragem numa unha do pé do que todos os moralistas no corpo todo. Há nele a bravura de quem decide pegar na própria vida e virá-la do avesso. Ele sabe que vai ser crucificado de qualquer maneira. Se está gordo, atacam-no. Se emagrece, atacam-no. Se respira, atacam-no. É o mantra das caixas de comentários: só estamos vivos quando crucificamos alguém. Quem vive ao serviço da opinião dos outros vive ao serviço do ódio. Nunca chega. Nunca será suficiente, nunca será bom. Ele escolheu ser suficiente para si próprio, escolheu ser dono do corpo, da carne, da vontade, das possibilidades todas que lhe apetecer explorar. Os cobardes, em matilha, atacam-no. É natural. Não suportam que alguém tenha a coragem que eles nunca terão“.
Claramente emocionado, o apresentador escreveu: “Nem sei bem o que responder. Fui completamente apanhado de surpresa. Obrigado, querido Pedro. De coração. Pessoas com a tua generosidade são raras. E por isso é mantê-las por perto.”
Mais tarde, escreveu: “O texto que o Pedro Chagas Freitas generosamente me escreveu ontem tem feito ecoar na minha cabeça a frase que um professor me disse há uns anos nos meus tempos de escola: ‘independentemente de tudo o que te possa acontecer, não te esqueças que ser diferente, não te torna mau, torna-te especial”
E rematou: “A verdade é que mais gordo ou mais magro, a usar sweats ou tops, a dançar numa discoteca ou a ler um livro na praia… eu só estou a viver a minha vida e por isso está tudo certo“.