
Entre os dias 9 e 15 de junho de 2025, os mercados de bovinos no Alentejo registaram níveis médios a elevados de oferta e procura, mantendo-se, contudo, as cotações médias inalteradas, de acordo com a análise conjuntural da 24.ª semana do SIMA – Sistema de Informação de Mercados Agrícolas.
Nas áreas de mercado do Alentejo Litoral, Beja e Elvas, a procura manteve-se elevada, contrastando com uma oferta apenas média. Já nas zonas de Estremoz e Évora, tanto a oferta como a procura situaram-se entre os níveis médio e alto. No Alentejo Norte, registou-se uma procura muito elevada, superior à média da oferta disponível. Apesar desta dinâmica de mercado, não se verificaram alterações nas cotações dos animais nas diferentes tipologias.
O relatório sublinha que os mercados externos continuam a influenciar os preços pagos à produção, especialmente com a presença de compradores espanhóis interessados em bovinos de abate e recria.
A nível nacional, os dados mostram um abrandamento significativo no número de animais abatidos para consumo no primeiro trimestre de 2025. No caso das novilhas, a quebra foi de 13,74% em número de animais e 70,05% em massa, em comparação com igual período de 2024. Para os novilhos, registou-se uma descida de 8,87% no número e de 67,66% em massa. No total, os bovinos abatidos caíram 7,49% em número e 68,72% em massa.
Em termos de preços, a cotação semanal no continente para novilhos cruzados Charolês fixou-se nos 6,688 €/kg carcaça e para novilhos Turina nos 5,775 €/kg carcaça. As novilhas cruzadas Charolês atingiram 6,567 €/kg e as Turina 5,663 €/kg. Estes valores representam aumentos significativos face a 2024, entre os 22% e os 31%.
Na Bolsa do Bovino do Montijo, apenas a cotação da vaca registou uma variação, com um aumento de 0,08 €/kg carcaça. As restantes categorias mantiveram os valores da semana anterior.
No panorama europeu, Portugal apresentou uma das descidas mais acentuadas no preço médio semanal por 100 kg de carcaça, com um recuo de 1,42% em relação à semana anterior, contrastando com a média da União Europeia, que registou uma ligeira subida de 0,22%.
Os dados agora divulgados confirmam a estabilidade dos preços no Alentejo, apesar de uma procura expressiva, e apontam para um contexto nacional e europeu marcado por ajustes na produção e dinâmica comercial, com implicações no equilíbrio entre a oferta e os preços no setor da bovinicultura.