
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, reagiu esta terça-feira à agressão ao ator Adérito Lopes, ocorrida à porta do teatro Cinearte — A Barraca, em Lisboa, com duras críticas à atuação do Governo e ao crescimento da extrema-direita.
No seu perfil oficial, Mortágua publicou uma mensagem onde classifica o episódio como mais um ataque dos neofascistas à cultura e à liberdade de expressão, manifestando solidariedade com o coletivo teatral fundado por Hélder Costa.
“Os neofascistas atacam os livros, o teatro e quem faz a cultura. Fazem-no porque acham que podem. O Governo do PSD retirou do relatório de segurança interna a ameaça da extrema-direita. É o maior risco à nossa democracia. Solidariedade com o teatro d’A Barraca. Vamos à luta.”
A publicação surge depois do violento ataque de que Adérito Lopes foi vítima, à porta do espaço cultural histórico lisboeta, conhecido pelo seu compromisso com o teatro independente e crítico. O ator foi assistido por meio de socorro e transportado a uma unidade hospitalar, estando a recuperar dos ferimentos. As circunstâncias da agressão continuam a ser investigadas pelas autoridades.
Este episódio gera uma onda de indignação no meio artístico e político, sendo interpretado por vários setores como um sinal preocupante de radicalização e hostilidade contra a liberdade cultural em Portugal. Personalidades ligadas às artes e à cidadania apelam a uma resposta firme da sociedade e a um reforço do combate à intolerância ideológica.
A crítica de Mariana Mortágua dirige-se ainda ao atual Executivo liderado pelo PSD, acusando-o de ter contribuído para a desvalorização da ameaça da extrema-direita ao remover essa menção do mais recente Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), documento fundamental para a avaliação de riscos e prioridades na proteção da democracia portuguesa.
A direção do teatro A Barraca, com sede na Praça de Espanha, ainda não emitiu um comunicado oficial sobre o incidente, mas fontes ligadas ao espaço confirmaram que o ataque aconteceu à porta do edifício e que Adérito Lopes tinha saído minutos antes de uma sessão de trabalho com a companhia.
Este ataque reabre o debate sobre a escalada da violência política e ideológica em Portugal, num contexto em que se multiplicam os episódios de intimidação e ameaças a jornalistas, ativistas e artistas.
Post da coordenadora do Bloco de Esquerda relativamente à agressão a Adérito Lopes
