
O conselho do Banco Central Europeu reuniu em Frankfurt, na Alemanha, e confirmou o oitavo corte consecutivo nas taxas de juro diretoras, reduzindo a taxa de depósitos para 2%, o valor mais baixo desde o início de 2023. Este novo corte nas taxas de juro pode traduzir-se num alívio nos encargos mensais com créditos à habitação.
O BCE decidiu ainda cortar a taxa de juro das operações principais de refinanciamento para 2,15% e a taxa da facilidade de cedência de liquidez para 2,40%.
Estas alterações entram em vigor a partir de 11 de junho.
A decisão surge num contexto de inflação controlada e crescimento económico moderado na zona euro. Após o anúncio da decisão, Christine Lagarde, em conferência de imprensa, evitou confirmar uma eventual pausa nos cortes das taxas de juro, mas reconheceu que o atual ciclo de política monetária está a terminar.
“Ao nível atual das taxas de juro, estamos a chegar ao fim de um ciclo de política monetária que respondia a choques acumulados, incluindo a covid-19, a guerra na Ucrânia e a crise energética”, afirmou.
Esta quinta-feira, o BCE reviu em baixa a projeção da inflação média para a Zona Euro em 2025, apontando agora para um valor de 2%, o que está em linha com o objetivo de estabilidade de preços e orientação da política monetária.
No comunicado emitido após a reunião do Conselho de Governadores, a entidade liderada por Christine Lagarde também atualizou a estimativa de inflação para 2026, fixando-a em 1,6%. Já para 2027, a previsão permanece nos 2%, sem alterações face à projeção anterior.
O BCE afirma que qualquer alteração às taxas será avaliada, e baseada em novos dados e desenvolvimentos.
“Especialmente nas atuais condições de excecional incerteza, seguirá uma abordagem dependente dos dados e reunião a reunião para decidir a orientação apropriada da política monetária”
A presidente do BCE, Christine Lagarde, garantiu que, apesar das incertezas internacionais, como as tensões comerciais com os Estados Unidos, a zona euro está preparada para resistir.