
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) autorizou, através de deliberação datada de 22 de maio de 2025, a retoma da caça à rola-comum (Streptopelia turtur) durante a época venatória de 2025-2026, após quatro anos de moratória. A decisão foi fundamentada na recuperação verificada da população da espécie na rota migratória atlântica ocidental.
De acordo com o ICNF, a caça será permitida apenas nos dias 24 e 31 de agosto de 2025, entre o nascer do sol e as 11h00, exclusivamente em zonas de caça ordenadas que cumpram critérios técnicos rigorosos, nomeadamente a implementação de pelo menos três medidas de gestão específicas e uma ação obrigatória de monitorização populacional. Cada ave abatida deverá ser identificada com um selo inviolável, colocado na pata, garantindo a rastreabilidade dos exemplares.
A quota nacional de abate fixada para Portugal é de 13.200 rolas, distribuída proporcionalmente pelas zonas de caça previamente aprovadas através de um processo de pré-registo e validação técnica, cuja aplicação está disponível no portal do ICNF até 15 de junho. A distribuição dos selos e respetivas quotas será definida com base na área das zonas autorizadas e sujeita a validação das medidas de gestão e da monitorização executada.
A decisão surge na sequência da aceitação pela Comissão Europeia e pelo Grupo de Peritos sobre as Diretivas da Natureza (NADEG) do sistema nacional de regulação e controlo apresentado por Portugal, destacando-se o contributo do projeto ProROLA – Plano de Recuperação e Conservação da Rola-Comum –, em que participam entidades da administração pública, organizações do setor da caça, academia e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.
Segundo o ICNF, os mais recentes dados científicos indicam um aumento da população reprodutora europeia da espécie, com uma subida de 40,5% entre 2021 e 2024, assim como uma melhoria da taxa de sobrevivência, cumprindo as condições estabelecidas para a reabertura da caça.