A empresa responsável por descargas ilegais de resíduos na zona de Poçoilos, em Setúbal, foi notificada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) para cessar imediatamente a atividade no território setubalense. A decisão surge na sequência de análises laboratoriais que confirmaram irregularidades na gestão dos resíduos.
A Câmara Municipal de Setúbal foi informada pela CCDR sobre esta notificação, que representa uma vitória significativa para as populações locais, autarcas e ativistas ambientais que, nos últimos meses, têm denunciado publicamente os impactos ambientais e de saúde pública causados pela presença da empresa.
No entanto, mesmo após a notificação, a 27 de junho foi detetada movimentação de camiões cisterna a entrar nas instalações, o que levou a autarquia a informar de imediato a CCDR. Esta, por sua vez, solicitou à PSP que garantisse o cumprimento da ordem de cessação da atividade.
Este desenvolvimento reforça a necessidade de ações firmes por parte das autoridades para impedir que situações semelhantes se repitam. De recordar que esta é já a segunda vez que a cidade de Setúbal sofre as consequências da atuação desta empresa, cuja presença tem levantado sérias preocupações ambientalmente.
População, autarquias e movimentos cívicos estiveram unidos nesta causa, exigindo que os responsáveis sejam responsabilizados e que os danos ambientais sejam mitigados. Apesar de morosa, a luta tem dado frutos e o município promete não recuar enquanto não for assegurada a proteção do território.
Outros processos continuam em curso, e a autarquia já solicitou uma audiência urgente com a Ministra do Ambiente. A reunião está agendada para segunda-feira, com o Secretário de Estado do Ambiente, onde será feito o ponto de situação e reafirmado o compromisso de levar esta causa até às últimas instâncias do Estado.
Paralelamente, a Câmara de Setúbal articula-se com os municípios de Vendas Novas e Torres Novas, que também terão sido alvo de operações da mesma empresa, para avaliar a possibilidade de uma grande concentração junto ao Ministério do Ambiente, reforçando a urgência da erradicação definitiva destas práticas.