
A operacionalização da Estratégia “Água que Une” foi reforçada ontem com a apresentação do projeto da nova barragem de Fagilde, no rio Dão, refere em nota o Governo.
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, presidiu à sessão pública em Viseu, sublinhando que este “é um dos primeiros de vários investimentos estruturantes que o Governo está a lançar para reforçar a segurança hídrica do país. Com um investimento estimado em 35 milhões de euros, a nova infraestrutura permitirá duplicar a atual capacidade de armazenamento de água da albufeira, passando de 3,84 hm3 para 7,68 hm3”.
A barragem será construída cerca de 100 metros a jusante da atual e “resolverá de forma estrutural as limitações de segurança e de capacidade da infraestrutura existente, concluída em 1984, e que tem vindo a apresentar anomalias estruturais graves, como reações sulfáticas internas no betão e limitações dos órgãos hidráulicos de segurança”, assegura o Governo.
A barragem em operação foi galgada por duas vezes (1995 e 2000), obrigando à adoção de medidas provisórias, como a instalação de comportas e um regime de monitorização meteorológica apertada.
“A nova barragem de Fagilde é a resposta concreta a décadas de riscos estruturais, falhas de abastecimento e soluções provisórias. Este é um dos primeiros de vários investimentos com que o Governo reafirma um compromisso claro: garantir água com qualidade, segurança e coesão territorial”, afirmou Maria da Graça Carvalho.
A ministra do Ambiente e Energia presidiu à assinatura do protocolo entre a Agência Portuguesa do Ambiente e a empresa Águas de Portugal, que estabelece os procedimentos para a cedência da barragem existente, a integração da nova infraestrutura no sistema multimunicipal de abastecimento de água do sul do Grande Porto, e a cooperação técnica e financeira na sua reconstrução.
O documento regula o uso do espaço físico, os termos de financiamento — com uma comparticipação do Programa Operacional Sustentável 2030 — e a articulação institucional para garantir o licenciamento e a execução da obra até ao final de 2029.
O Ministério do Ambiente e Energia sublinha que este investimento se insere num plano nacional de reforço da resiliência hídrica, com enfoque particular nas regiões do interior.
A Estratégia “Água que Une” será um dos pilares da governação nos próximos anos, com intervenções já previstas no Algarve, no Alentejo, nas bacias do Mondego, Tejo e do Douro, e nas zonas costeiras mais vulneráveis à escassez hídrica.