O incêndio florestal que deflagrou esta segunda-feira à tarde na freguesia de Aranhas, concelho de Penamacor, distrito de Castelo Branco, continua ativo e a preocupar as autoridades. A frente de fogo avançou com grande velocidade entre a Aldeia do Bispo e a Aldeia de João Pires, onde há já registo de habitações atingidas. O incêndio já continua a galgar e a entrar já no concelho de Idanha-a-Nova.

Segundo confirmou o presidente da Câmara Municipal de Penamacor, António Beites, há fortes indícios de que algumas casas, sobretudo de segunda habitação, possam ter ardido na entrada da aldeia de João Pires, devido a sucessivos rebentamentos de botijas de gás. A Proteção Civil ainda não confirmou oficialmente a destruição de estruturas, mas admite que o cenário é “muito preocupante”.

A frente mais ativa segue agora em direção à localidade de Bemposta, num avanço que as autoridades tentam travar antes do anoitecer, enquanto os meios aéreos ainda operam. A Estrada Nacional 332, que liga Penamacor à Aldeia de João Pires, encontra-se encerrada ao trânsito.

Pelas 20h00, estavam mobilizados 286 operacionais, apoiados por 53 viaturas e 10 meios aéreos, num esforço concertado para proteger pessoas e bens. As condições meteorológicas — com vento forte, temperaturas elevadas e vegetação densa composta por pinhal e eucaliptal — continuam a dificultar os trabalhos de combate.

O fogo está a chegar ao território de Idanha-a-Nova, e pode até já estar a arder dentro do concelho, conforme indicam os dados mais recentes da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

A população da Aldeia de João Pires está a ser assistida no local, e algumas pessoas foram retiradas preventivamente das zonas mais ameaçadas. Não há, para já, feridos a registar, mas os bombeiros mantêm uma presença reforçada nas áreas mais sensíveis.

O incêndio de Penamacor representa, nesta altura, uma das ocorrências com maior concentração de meios no país. A situação permanece em evolução.

A imagem mais recente, captada a 36 quilómetros pela lente de Gonçalo Poço, demonstra bem a severidade e intensidade das chamas noite dentro.

FOTOGRAFIA: GONÇALO POÇO