O Município de Alpiarça apresentou um saldo positivo a rondar os quatro milhões de euros no ano de 2024, revelou a presidente da Câmara, Sónia Sanfona, durante a apresentação de contas da autarquia, na reunião do executivo de segunda-feira, 28 de abril.

Para além do saldo positivo, a autarca revelou que houve uma redução da dívida municipal na ordem dos 13 por cento e “uma melhoria significativa” na canalização de receitas dos impostos municipais para a realização de investimentos. Foi ainda dada nota de um decréscimo do investimento feito pela autarquia que Sónia Sanfona justificou pelo atraso na abertura dos avisos para financiamento público, que segundo a edil só começaram a ser abertos no segundo semestre de 2024, o que fez atrasar a execução dos projetos, com a rúbrica do investimento a ter uma espécie de retroativos para a prestação de contas de 2025.

O vereador da CDU, João Arraiolos, referiu que os resultados de 2024 são de certa forma empolados pela alienação do prédio da Avenida de Berna, pertencente aos legados de Manuel Nunes Ferreira, no valor de cerca de 2,5 milhões de euros, e que até ao final do ano não tinha sido reinvestido. O autarca comunista deu ainda nota de um aumento nas despesas com pessoal na ordem dos 14 por cento e de um aumento dos encargos com as instalações da autarquia. O aumento das despesas com publicidade também foi notado por João Arraiolos, que cifrou num aumento de 50 por cento as despesas desta rúbrica, deixando algumas críticas já que no seu entender parece mais “promoção dos eleitos socialistas do que do Município de Alpiarça”.

Sónia Sanfona referiu que o incremento dos custos com pessoal está relacionado com o aumento do ordenado mínimo nacional, com o descongelamento da progressão de carreiras e com a transferência de competências na área da saúde. A autarca explicou que estes aumentos traduzem-se em mais gastos diretos com ordenados, bem como com o pagamento de horas extraordinárias e encargos de segurança social.

“O município tomou uma opção diferente relativamente às compensações monetárias das horas extraordinárias”, vinca Sónia Sanfona, explicando que passou a ser pago o trabalho suplementar em vez dos trabalhadores acumularem as horas em banco sem terem autorização para as tirar nem serem pagas.

Relativamente às despesas com as instalações a autarca justificou o aumento da despesa com a realização de obras de requalificação e manutenção em várias instalações, como a Biblioteca ou as Piscinas Municipais, recorrendo a recursos próprios do município.

“Algumas delas não viam qualquer tipo de manutenção há vários anos”, atirou a autarca.

Quanto ao aumento da rúbrica da publicidade a autarca referiu que a promoção que tem sido feita nos meios de comunicação regional e nacional é relativa aos eventos da vila, como a ALPIAGRA, e outros projetos de âmbito europeu.