O Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, visitou esta terça-feira o concelho de Palmela, no cumprimento de um compromisso assumido durante as celebrações do Centenário de São Filipe, na ilha do Fogo, reforçando a cooperação entre territórios unidos há mais de duas décadas por geminações culturais e institucionais.
A visita oficial ao município insere-se na agenda da Presidência na Diáspora em Portugal, visando estreitar relações com comunidades cabo-verdianas e com os parceiros institucionais que investem em projetos de cooperação descentralizada. Palmela, São Filipe e a Cidade da Praia têm protagonizado esse esforço conjunto, com iniciativas de desenvolvimento em áreas como saúde, educação, ambiente e reabilitação urbana.
Durante o encontro com o executivo municipal, José Maria Neves sublinhou a importância de aprofundar as relações entre Cabo Verde e os municípios portugueses, destacando os benefícios mútuos de uma diplomacia de proximidade. “A geminação não é apenas simbólica, ela traduz-se em resultados concretos para as populações”, afirmou.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Palmela realçou a eficácia das relações descentralizadas baseadas em boas práticas e valores partilhados, reiterando o compromisso de continuar a apoiar projetos nas ilhas cabo-verdianas. A autarquia está já a preparar a realização de uma Feira do Vinho de Palmela na Cidade da Praia, promovendo os produtos regionais como o pão, o queijo, o vinho e o peixe.
Está igualmente previsto um evento conjunto em São Filipe, que celebrará os sabores e a cultura dos dois territórios atlânticos, numa união simbólica entre o mar e a terra.
A geminação entre Palmela e São Filipe foi formalizada há mais de 20 anos e tem permitido intercâmbios culturais, técnicos e económicos, refletindo um modelo de cooperação que se pretende manter ativo, sustentável e orientado para o futuro.
A presença de José Maria Neves no território é vista como um sinal claro da aposta estratégica nas comunidades da diáspora e nos laços que transcendem fronteiras políticas, apostando numa diplomacia entre povos e não apenas entre governos.