No artigo da semana passada escrevi sobre o que aconteceu em algumas juntas de freguesia, concretamente naquelas cujas dívidas dificultaram muito os últimos anos, como foi o caso de Fajões e Nogueira do Cravo e Pindelo.
Como é natural, esperava alguma reação. Aprecio o contraditório que é, em rigor, o que define o debate político. Alguém apresenta um argumento e a outra parte rebate com contra-argumento. Nesta dialética, não há necessidade de ataque pessoal porque, em princípio, o que temos de desmontar é o argumento e não o arguente.
Achei por isso curiosas as duas respostas que, em ambos os casos, recebi. Ainda que sejam um pouco diferentes no estilo, têm novamente uma coisa em comum: baralham, partem e voltam a baralhar, para no fim não chegarem a responder.
Ainda assim, e porque o debate me parece pertinente e justo, há dois apontamentos que não posso deixar de fazer e que retive com particular atenção.
O primeiro apontamento é um profundo lamento. Lamento que, para responder num debate político, se envolvam os funcionários. Não só não o merecem como não têm sobre isso qualquer responsabilidade. É desrespeitoso e desnecessário. Só deve merecer repúdio, para não dizer mais.
O segundo apontamento é sobre os argumentos que, no meu artigo, foram bem claros. Em nenhum caso foram rebatidos. Por isso dizia que uma forma de não se responder é baralhar e voltar a partir. Quando temos juntas de freguesia com decisões judiciais, num caso, ou que não deixam ao executivo seguinte dinheiro para processar salários, no outro caso, que parte é que não é verdadeira e demonstrável?
Continuemos a debater, sem receios. Sabemos que nesta altura de eleições os debates são naturalmente mais quentes. Como tenho dito muitas vezes, as juntas de freguesia são fundamentais para o desenvolvimento do concelho, não são um parente menor. O compromisso de reforçar as transferências para as juntas, que cumprimos, é um reflexo dessa valorização.

Bruno Aragão, Presidente da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista