Em janeiro deste ano, Bad Bunny revelou ao mundo DeBÍ TiRAR MáS FOToS — um álbum que soa como uma carta de amor à sua terra-natal, a ilha caribenha de Porto Rico. Sete meses depois deu início à sua primeira residência artística, intitulada No Me Quiero Ir de Aquí: uma maratona de 30 concertos no Coliseu de San Juan, conhecido localmente como El Choli. Os primeiros nove espetáculos foram exclusivos para residentes da ilha, mas todos partilham um detalhe incontornável — os bilhetes esgotaram num abrir e fechar de olhos.
Este álbum foi a forma que Bad Bunny encontrou para se recordar a si próprio — e a quem o ouve — da importância de desfrutar e valorizar o presente, sem nunca perder de vista de onde veio, para onde vai e com quem partilha o caminho.
Foi precisamente esta premissa que o artista prometeu cumprir e que está a entregar na sua residência artística, que está a correr o mundo e a colocar Porto Rico na lista dos destinos a visitar muito em breve.
Uma celebração da música, da cultura e do amor por Porto Rico
No Me Quiero Ir de Aquí foi inicialmente anunciada com 21 espetáculos, mas a procura foi tão elevada e fora do comum que foram acrescentadas mais nove datas, totalizando 30 concertos.
O primeiro espetáculo teve lugar há uma semana, a 11 de julho, e a residência terminará a 14 de setembro, antes de Bad Bunny dar início à sua digressão mundial, que inclui duas datas em Portugal, a 10 de dezembro.
O concerto está dividido em cinco atos e tem uma duração aproximada de três horas, combinando música moderna e tradicional, visuais imersivos e a participação de convidados especiais, como Los Sobrinos — a sua banda de apoio —, além de Los Pleneros de la Cresta e Chuwi.
Cada espetáculo apresenta um repertório próprio e convidados diferentes, embora as músicas do álbum DeBÍ TiRAR MáS FOToS estejam presentes em todos. No terceiro dia da residência, a 14 de julho, Bad Bunny apresentou uma nova canção: Alambre Púa.
Um palco que traz a essência rural e cultural de Porto Rico
O palco foi transformado numa representação da paisagem rural de Porto Rico: colinas verdes, muita vegetação, palmeiras e um campo de plátanos, onde estão as duas famosas cadeiras de plástico branco — iguais às que aparecem na capa do álbum DeBÍ TiRAR MáS FOToS, que simbolizam as histórias e memórias daqueles que nelas se sentaram um dia.
Numa parte do cenário há uma réplica completa e habitável de uma casa típica de Porto Rico — igual à que aparece no videoclipe e curta-metragem do álbum. Além disso, galinhas reais andam pelo palco durante a introdução e são alimentadas antes do espetáculo começar, para tornar a experiência mais real e envolvente.
Um fenómeno que ultrapassa fronteiras
Bad Bunny descreve DeBÍ TiRAR MáS FOToS como o seu álbum “mais porto-riquenho” — e é difícil discordar. Meticulosamente elaborado ao longo do último ano, o álbum envolve o artista e o ouvinte numa imersão nos ritmos tradicionais de Porto Rico, como Salsa, Jíbaro, Bomba, Plena, Merengue e Reggaeton.
Este álbum está a atrair milhares de turistas de fora de Porto Rico, todos desejosos de conhecer e explorar a ilha caribenha pela qual Bad Bunny parece estar disposto a "dar a sua vida”.
A residência, que se prolonga por cerca de três meses — estrategicamente (ou não) agendada para coincidir com o verão —, deverá gerar mais de 200 milhões de dólares (cerca de 185 milhões de euros) para a economia local, segundo dados da Discover Puerto Rico, agência de promoção turística citada pela imprensa internacional.
Já o jornal espanhol El País vai mais longe, estimando que o evento poderá atrair cerca de 600 mil turistas e criar aproximadamente 3.600 postos de trabalho.