
As homenagens ao futebolista português internacional Diogo Jota continuam junto ao estádio de Anfield, onde o livro de condolências reabriu esta manhã para adeptos e pessoas em geral escreverem mensagens ou recordações pessoais.
Pouco depois da abertura do local, às 09:00 (mesma hora em Lisboa), já era possível observar algumas dezenas de pessoas à espera pela vez para entrar no espaço dedicado para o efeito.
Tracy atrasou a entrada no emprego esta manhã e foi uma das primeiras na fila para escrever umas palavras de consolo à família e amigos de Diogo e do irmão André, que morreu no mesmo acidente de viação na sexta-feira.
"A morte foi um grande choque. Ele era um filho, um pai, um marido, e morreu demasiado cedo", disse à Agência Lusa.
A sua entrada no livro de condolências foi também em nome de familiares não vivem em Liverpool, mas que, como ela, são adeptos do clube e estão tristes.
Outro apoiante dos 'Reds', Chris, mostrou-se visivelmente comovido ao recordar "alguém que estava no auge da carreira e da vida".
"Ele acabou de ganhar a Primeira Liga [inglesa] e a Liga das Nações e tinha-se casado há poucos dias. Estes deviam ter sido os melhores momentos da sua vida", lamentou.
Vestido com uma camisola e com um chapéu do Liverpool, Paul Millea revelou à Lusa que escreveu a palavra "Adeus" em português no livro de condolências para homenagear Diogo Jota.
"Quando ouvi a notícia, fiquei em choque. Ele era um jogador que muito apreciado pelos adeptos", salienta.
Millea, atualmente aposentado, espera que o clube organize um evento de homenagem "apropriado", que envolva, eventualmente, crianças.
Mas a "primeira coisa que devem fazer é retirar a camisola número 20 para que não volte a ser usada", sugeriu, concordando com outros pedidos no mesmo sentido a circular nas redes sociais.
O livro de condolências em homenagem a Diogo Jota e o irmão André no estádio de Anfield abriu na quinta-feira à tarde e vai continuar até domingo às 17:00.
Segundo funcionários no local, a fila chegou a ter uma hora de espera no primeiro dia.
Uma versão digital está acessível na página de Internet do clube [https://www.liverpoolfc.com/club/diogo-jota-supporter-condolences] para aqueles que não podem deslocar-se fisicamente a Liverpool mas querem expressar os seus sentimentos.
Desde sexta-feira de manhã, quando foi anunciada a morte do jogador português e do irmão, André Silva, que centenas de pessoas passaram pelo estádio de Anfield para manifestar o seu pesar.
Um memorial espontâneo foi criado com dezenas de flores e cartões com dedicatórias, camisolas, cachecóis e bandeiras do Liverpool, mas de outros clubes também.
No local é possível ver também desenhos feitos por crianças, bonecos de peluche, retratos de Jota emoldurados, balões com o número 20, o número com que jogava nos 'Reds', e outros objetos.
"Obrigado pelas memórias", lê-se em muitas das mensagens deixadas, algumas com algumas palavras em português como "Obrigado" ou "Descanse em paz".
O clube encerrou as lojas de 'merchandising' e suspendeu as visitas ao estádio até segunda-feira em sinal de respeito.
Os proprietários e diretores do Liverpool lamentaram, em comunicado, a "situação trágica" e manifestaram-se "atordoados pela tristeza".
"Para além do jogador que todos conhecíamos, era um ser humano maravilhosamente humilde, sincero, inteligente, divertido, forte e que criava relações com as pessoas onde quer que fosse", referiram Billy Hogan, John Henry, Tom Werner e Mike Gordon.
Diogo Jota, de 28 anos, e o irmão André Silva, de 25, morreram, hoje de madrugada, num acidente de viação na A52, em Cernadilla, Zamora, em Espanha.
O avançado luso representava o Liverpool há cinco épocas, clube por quem venceu uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra e duas Taças da Liga.
Na seleção portuguesa, Diogo Jota somou 49 internacionalizações 'AA', com 14 golos, tendo conquistado duas Ligas das Nações.
Depois da formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, representou por uma época o FC Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, sendo depois cedido ao Wolverhampton, no qual esteve três temporadas, antes de rumar aos 'reds'.