O Governo norte-americano liderado por Donald Trump voltou a manifestar-se na quarta-feira contra a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, ameaçando retirar a sua acreditação, o que poderia privar a prestigiada instituição de todo o financiamento federal.

Forte apoiante de Israel, Donald Trump acusa universidades norte-americanas de renome de antissemitismo por permitirem que os movimentos estudantis contra os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza floresçam nos seus campus.

A secretária da Educação, Linda McMahon, acusou na quarta-feira a Universidade de Columbia de não proteger os estudantes judeus no seu campus, apesar dos pedidos para o fazer, o que pode levar à retirada da sua acreditação oficial.

"Após os ataques terroristas de 7 de outubro de 2023, por parte do Hamas, a liderança da Universidade de Columbia ignorou deliberadamente o assédio a estudantes judeus no seu campus. Isto não é apenas imoral, mas ilegal", frisou Linda McMahon, em comunicado.


O Departamento de Educação norte-americano notificou a Comissão de Ensino Superior de que a Universidade de Columbia "violou as leis federais antidiscriminação e, por isso, não cumpriu os requisitos para a acreditação", pode ler-se na nota.

"Esperamos que a Comissão informe o Departamento sobre as medidas que serão tomadas para garantir que a Columbia cumpre as normas de acreditação", acrescentou McMahon.

Um porta-voz da Columbia disse à agência France-Presse (AFP) que a universidade estava "consciente das preocupações do Departamento de Educação", que foram discutidas diretamente com a Comissão de Ensino Superior.

"A Columbia está profundamente empenhada no combate ao antissemitismo no seu campus. Levamos este problema a sério e continuamos a trabalhar com o governo federal para o resolver."


Desde o seu regresso à Casa Branca, em janeiro, Donald Trump lançou uma forte campanha contra as universidades, acusando-as de propagarem a ideologia 'woke'.

Os conservadores usam o termo 'woke' pejorativamente para denunciar o que consideram ser ativismo excessivo, particularmente a favor das minorias.

A retirada da sua acreditação pode significar a perda de todo o financiamento federal para a Columbia. A administração Trump já tinha cortado 400 milhões de dólares em fundos federais no início de março, incluindo 250 milhões de dólares da área da saúde.

A Universidade de Columbia declarou que, desde então, implementou reformas drásticas solicitadas pelo governo na tentativa de recuperar esses fundos.

Harvard, a universidade mais antiga dos Estados Unidos e uma das mais bem classificadas do mundo, recebeu críticas específicas da administração Trump, que retirou aproximadamente 2,7 mil milhões de dólares em bolsas federais. Esta quarta-feira, o Presidente Trump assinou uma ordem executiva que impede estrangeiros de entrarem no país para estudar na Universidade de Harvard.

Nas últimas semanas, a liderança de Harvard indicou que tomou medidas para garantir que os seus estudantes e funcionários judeus e israelitas não se sintam excluídos nem intimidados no campus, ao mesmo tempo que defende os princípios da liberdade académica e os direitos dos estudantes internacionais.