"É uma manifestação de apoio muito importante, sobretudo também porque vem dos próprios parlamentos, ou seja, quando nós temos parlamentos, como sabem, de diversos países, até bastante polarizados, significa que há um apoio muito unânime e muito consensual de diversas dimensões ideológicas, que se expressam nos parlamentos destes países, de apoio causa ucraniana", defendeu Aguiar-Branco.

Aguiar-Branco falava à RTP e à SIC-Notícias à chegada à capital ucraniana, de comboio, onde participará numa cimeira de presidentes de parlamentos, numa homenagem às vítimas do massacre de Busha pelas tropas russas, e se encontrará com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

O presidente da Assembleia da República portuguesa foi recebido pelo seu homólogo ucraniano, Ruslan Stefanchuk, à chegada a Kiev.

Aguiar Branco viajou acompanhado pelo deputado e ex-líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, atual presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Ucrânia.

"É uma oportunidade de reforçar o apoio de tantos presidentes de tantos parlamentos tão diversificados à causa ucraniana", declarou Aguiar-Branco, para quem esta "é uma parte importante da chamada diplomacia parlamentar".

É nesta dimensão diplomática, prosseguiu, "que vê que a pluralidade da sociedade, que se reflete nos parlamentos, tem uma expressão grande e até aumenta o universo dos cidadãos que apoiam a causa ucraniana".

Esta foi a única deslocação ao exterior que José Pedro Aguiar-Branco manteve na sua agenda oficial, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento no passado dia 19, na sequência do chumbo no parlamento da moção de confiança apresentada pelo Governo PSD/CDS-PP, liderado por Luís Montenegro.

Na Ucrânia, o primeiro ponto do programa do presidente da Assembleia da República, esta manhã, é uma cerimónia em honra das vítimas da tragédia de Busha, cidade próxima de Kiev.

Em abril de 2022, com a retirada das tropas russas de Busha, começaram a ser divulgados relatos e imagens de diversas atrocidades. Mais de 300 corpos foram encontrados e a Ucrânia pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar estes crimes de guerra.

Após a cerimónia em honra das vítimas de Busha, José Pedro Aguiar-Branco participa em Kiev numa cimeira de presidentes de parlamentos e, a seguir, reúne-se com o chefe de Estado da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Antes de regressar a Lisboa, o presidente da Assembleia da República estará numa jantar oferecido pelo presidente do Parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk.

Nas suas últimas intervenções sobre a invasão russa da Ucrânia, José Pedro Aguiar-Branco tem criticado "a ilusão" de uma paz imediata e a qualquer preço e defendido que a solução tem de basear-se no Direito Internacional.

"A Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia há três anos. Há um agressor e há uma vítima. A Ucrânia é a vítima", salientou o antigo ministro social-democrata num discurso recente.

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