
Forjou-se na oposição a Alberto João Jardim na Madeira e foi deputada até 2019, quando Luís Montenegro foi líder parlamentar (e depois Hugo Soares). Agora, anos depois de sair da Assembleia da República, Rubina Berardo sai do partido. Já apresentou o requerimento a nível regional e a nível nacional. Os motivos são vários, mas principalmente a aproximação do PSD ao Chega, e estão explanados num artigo de opinião que publicou no Expresso.
No texto, Rubina Berardo sintetiza assim as suas razões: "Para sobreviver à dura aritmética parlamentar, está disposto a pactuar com a extrema-direita, cavalgando populismos e confundindo política de imigração com a lei da nacionalidade", escreve. O texto sai, curiosamente, no mesmo dia em que Luís Montenegro teve encontros em São Bento com os líderes do PS e do Chega e que acabaram com um "acordo de princípios" com o Chega sobre esses temas.
A antiga deputada escreve mesmo que lhe é "é impossível continuar num partido que se descaracteriza da sua matriz social-democrata" e que usa a "memória de Sá Carneiro" como um "recurso meramente decorativo, para citações em discursos, mas sem intenção de implementá-la".
As críticas de Rubina não se ficam por aqui, defendendo que na campanha para as legislativas foram questionadas "as mais básicas exigências de maior transparência no exercício de cargos públicos". Texto escrito numa semana em que Montenegro andou em braço-de-ferro com a Entidade para a Transparência sobre as obrigações declarativas.
"Quando nem a nível nacional existe uma acendalha de esperança que retire o PSD do monocromatismo de pensamento, é preciso agir em conformidade com a própria consciência. Assim, entre os vínculos a princípios humanistas e democráticos, e o vínculo partidário ao PSD, escolho, naturalmente, os primeiros."