"Toda a gente tem um talento, mas ele por vezes está escondido; às vezes estamos a pedir às pessoas para fazer coisas que nada têm que ver com o seu talento." A constatação é feita por Carlos Moedas, que admite que o seu trabalho enquanto líder político passa também por descobrir esses talentos nas pessoas e usá-los da melhor forma. Porque sendo bem sucedido, todos saem beneficiados: a pessoa, que certamente estará a trabalhar muito mais feliz, o serviço público em que esse talento é aplicado, que beneficiará desse potencial. E no fim do dia, a própria cidade, que se desenvolverá melhor.
A ideia é uma das muitas que ficam de uma hora de conversa com Marco António Silva, National Innovation Officer da Microsoft, e Sara Aguiar, Chief Innovation Officer In The Making, no podcast The Innovation Office, produzido pela AmCham e com o apoio do MEO.
O atual presidente da Câmara de Lisboa e ex-comissário europeu com a pasta da Inovação é o convidado deste primeiro episódio da nova série d0 The Innovation Office, e protagonista de uma conversa apaixonante, na qual se revela como aquele que é um dos mais experientes líderes políticos na área da inovação vê o impacto da inovação no setor público e o potencial transformador que traz aos territórios, sejam cidades, países e até continentes.
Na sua ligação com a inovação, Carlos Moedas explica o plano seguido em Lisboa, para transformar a cidade de um local privilegiado para sediar grandes eventos a um centro nevrálgico de atração de talento, desenvolvimento de produtos inovadores e capacidade de passar de nível das startups às scale ups. "Usei a palavra unicórnio no sentido de dar ambição a Lisboa", resume o convidado deste episódio do podcast The Innovation Officer, que já pode ver aqui na íntegra.
"Até há poucos anos, a evolução da inovação era feita a partir de uma pessoa, uma disciplina. Einstein não tinha 20 pessoas a trabalhar com ele nem tão pouco mantinha relações com uma rede de universidades", lembra ainda noutro momento da conversa, apontando que o trabalho que o cientista fez sozinho sobre a relatividade e as ondas gravitacionais, que então imaginava, remontam ao início do século XX, porém só foram confirmadas em 2017. Mas foram-no "por uma rede de mil cientistas e mais de 200 universidades. A inovação aberta é isto: quando já inovámos tudo no nosso campo específico, só podemos prosseguir se recebermos inputs de outras áreas".
Veja toda a conversa com Carlos Moedas e acompanhe o programa no Spotify ou reveja os anteriores temas.
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