O Bloco de Esquerda enviou hoje 10 questões à Secretaria Regional de Inclusão sobre o rendimento social de inserção (RSI). O partido pretende saber quantas são as pessoas e as famílias beneficiárias; qual o valor médio atribuído por família; a caracterização dos beneficiários: faixa etária, área geográfica; quantos beneficiários do RSI trabalham e quantos têm capacidade elegível para exercerem uma actividade profissional.

Em nota enviada à imprensa, o Bloco explica que estes são os factos que importam saber e transmitir, bem como as medidas para inverter a situação de carência severa, a vários níveis, de muitas famílias do arquipélago da Madeira

“Não podemos deixar de condenar o ataque que a Secretária da Inclusão faz, mais uma vez, aos mais pobres da sociedade, num toque absolutamente populista e que não apresenta qualquer solução para as graves carências em que uma franja da população madeirense vive todos os dias”, aponta.

Acrescenta que as pessoas em situação de pobreza extrema e de fragilidade social precisam de apoio para garantir-lhes um mínimo de sobrevivência com dignidade e de ferramentas que as auxiliem a sair dessa condição e a ultrapassar as dificuldades.

“Ninguém é culpado de ser pobre ou de nascer numa família com dificuldades económicas mais ou menos agravadas. Compete ao Estado, com políticas públicas, auxiliar os seus cidadãos”, sublinham, dizendo mesmo que a secretária regional escolheu na sua cruzada os pobres como pedra de toque, não para prosseguir e construir políticas públicas de combate à pobreza e à exclusão social, como é seu dever e mandato, numa região que tem 1/4 da sua população em risco de pobreza, mas para estigmatizar com um populismo bacoco e petulante os mais pobres e miseráveis, num atentado à sua dignidade.

“Depois de insultar as pessoas em situação de pobreza, rotulando-as de atrasadas mentais, bêbadas e toxidependentes, vem agora propor trabalho escravo, sim porque ser obrigado a trabalhar sem auferir um vencimento é escravatura, em troca de apoio social ou de um cabaz de alimentos. Os toques de populismo próprios de outros e novos tempos estão a meter no fundo profundo da gaveta a social-democracia”, observa o Bloco.