
O artista plástico Bordalo II manifestou-se, esta quinta-feira, contra as demolições levadas a cabo nos últimos dias no Bairro do Talude, no concelho de Loures.
No meio dos destroços de um dos bairros afetados, o artista plástico instalou uma placa inspirada nos anúncios de venda de imóveis, com as expressões “Despejado” e “Demolidor Imobiliário” em destaque.
O protesto chegou também à Câmara Municipal de Loures, onde foi afixado um cartaz semelhante, criticando diretamente a atuação da autarquia.
Na quinta-feira, o presidente da Câmara, Ricardo Leão, garantiu que foi prestado apoio às famílias que o solicitaram e que os residentes do Bairro do Talude foram devidamente informados das demolições. Acrescentou ainda que a Câmara Municipal de Loures pretende continuar a proceder à demolição de construções ilegais no concelho.
Bordalo II utiliza a arte para fazer crítica social
No íncio do mês de maio, Bordalo II pregou um enorme jogo de Monopoly no chão da Praça Duque da Terceira, junto ao Cais do Sodré em Lisboa. A iniciativa surgiu como uma crítica à crise na habitação que o país enfrenta.
A 10 de março do ano passado, data das últimas eleições legislativas, Bordalo II "pôs a política no lixo", ao colocar um caixote do lixo, em frente à Assembleia da República, com vários bonecos de fato e sem cabeça lá dentro.
Em abril, Bordalo II colocou uma caixa de medicamentos gigante na campa de António de Oliveira Salazar, no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão. Na caixa, que cobria o local onde está o corpo do antigo ditador, era possível ler o nome do alegado remédio “Liberdade”, identificado como um “Probiótico Antifascista”.
Meses depois, Bordalo II decidiu juntar-se ao movimento Climáximo numa campanha de alerta para a necessidade urgente de combater as alterações climáticas. Durante a iniciativa trocaram a publicidade de outdoors por imagens de catástrofes naturais.
Em julho de 2023, a poucos dias do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Bordalo II fez uma crítica aos milhões de euros gastos na organização do evento, com a obra “Walk of Shame”, uma passadeira com imagens de notas de 500 euros colocada no palco que iria receber o Papa.
Em novembro de 2023, pintou na escadaria de uma estação de comboios em Lisboa a bandeira da Palestina manchada de vermelho em representação das vítimas mortais do conflito em Gaza.