O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira que vai impor 50% de tarifas aos produtos brasileiros e mostrou-se a favor do ex-Presidente Jair Bolsonaro que está acusado de tentativa de golpe de Estado.

"Este julgamento não deveria estar a acontecer. Trata-se de uma caça às bruxas que deve acabar imediatamente!", escreveu Trump, na carta endereçada ao Presidente brasileiro, Lula da Silva (PT), na rede social Truth Social.

"Conheci e tive contacto com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei profundamente, assim como a maioria dos outros líderes mundiais. A maneira como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato - inclusive pelos Estados Unidos -, é uma desgraça internacional", frisou o Presidente norte-americano.

Carlos Barria

Na mesma carta, Trump sublinhou que "a partir de 1 de agosto de 2025, os EUA imporão ao Brasil uma tarifa de 50% sobre qualquer envio de produtos brasileiros aos Estados Unidos, além de todas as tarifas setoriais".

A razão, detalhou, deve-se em parte "aos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu centenas de ordens de censura secretas e ilegais a plataformas de medias sociais dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do mercado brasileiro)".

Donald Trump estar-se-á a referir à guerra entre o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao magnata Elon Musk.

Trump enviou cartas a 15 países

Na segunda-feira, começou a enviar cartas a cerca de 15 países, como o Japão e a Coreia do Sul, com valores que, nalguns casos, mantêm a percentagem fixada no início de abril, mas noutros aumentam ou reduzem-na.

Esta quarta-feira, anunciou que vai impor tarifas de 20% às importações das Filipinas e taxas entre 25 e 30% ao Brunei, Moldávia, Argélia, Iraque e Líbia.

Brasil não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja"

Em resposta, a presidência brasileira frisou que o país não aceita "interferência ou tutela de quem quer que seja", depois do Presidente norte-americano, Donald Trump, ter dito que o Brasil está a fazer "caça às bruxas" contra Jair Bolsonaro.

"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja", lê-se numa nota à imprensa assinada pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva.

"Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito", acrescentou o chefe de Estado brasileiro

Já hoje, depois de uma nota de apoio da embaixada dos Estados Unidos em Brasília ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro convocou o mais alto representante norte-americano no país.

Com Lusa