![Britânico será a primeira pessoa com deficiência apta a viajar para o espaço](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
O astronauta britânico da Agência Espacial Europeia (ESA), John McFall, recebeu autorização para se tornar a primeira pessoa com deficiência a participar numa missão de longa duração na Estação Espacial Internacional (ISS).
McFall, um amputado da perna direita de 43 anos e antigo velocista paralímpico, foi selecionado como astronauta de reserva pela ESA em novembro de 2022 para participar na fase de estudo de viabilidade do programa Fly!, de inclusão de pessoas com deficiência em missões espaciais, com foco nos requisitos e considerações específicas associadas às suas deficiências físicas.
De acordo com a ESA, pioneira neste campo, os resultados do estudo de viabilidade Fly!, concluído em janeiro, apoiam fortemente o facto de que os astronautas com este tipo de deficiência (amputações unilaterais de membros inferiores, não mais proximal que o terço distal do fémur ou deficiência unilateral equivalente dos membros inferiores) poderiam treinar, participar e regressar em missões de longa duração à ISS em segurança como membros da tripulação totalmente integrados.
Próxima fase do projeto
Isto marca o início da próxima fase do Fly!, Mission Ready, na qual o trabalho realizado deverá resultar no primeiro voo espacial de longa duração de um astronauta do projeto com deficiência, noticiou na sexta-feira a agência Europa Press.
Os objetivos desta fase incluem o domínio científico para pré-identificar possíveis experiências e estudos que poderiam ser implementados caso uma missão fosse confirmada, obter a certificação do hardware protético e garantir que McFall tem autorização médica e é considerado apto para voar numa missão de longa duração.
"É fantástico ter concluído o estudo de viabilidade e demonstrado que não há impedimentos técnicos para que eu possa ir até à Estação Espacial Internacional", sublinhou McFall, em declarações à estação Sky News.
O britânico lembrou também:
"O anúncio de hoje não é apenas sobre eu me tornar pessoalmente medicamente certificado para voar em missões de longa duração. É muito mais do que isso", apontando para o que descreveu como uma mudança cultural na forma como as pessoas com deficiência são tratadas.
"Penso que isto deve dar às pessoas a confiança de que é possível mudar as coisas e que as pessoas estão a ouvir e que com o apoio certo e o trabalho certo, é possível mudar mentalidades. E mesmo que isto esteja a acontecer apenas na indústria espacial, não significa que não seja possível em muitos, muitos outros setores", frisou.
Com Lusa