A Câmara de Lisboa recusa as acusações do moradores dos Bairros da Liberdade e Serafina de nada ter feito para melhorar o parque habitacional, sublinhando estar a trabalhar nas conclusões de um estudo para delinear uma estratégia de intervenção.

A Associação de Moradores dos Bairros da Serafina e Liberdade diz-se cansada de chamar a atenção para situações degradantes de habitantes que continuam a viver em casas sem água canalizada ou casa de banho.

"Andamos a pedir ajuda há mais de 30 anos e nada", disse à Lusa a presidente da associação Vera Alves.

No ano passado, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) anunciou a realização, com a Universidade Nova de Lisboa, de um levantamento socioeconómico e das condições de habitabilidade nos dois bairros.

As conclusões do estudo "estão a ser trabalhadas nos serviços municipais para delinear a estratégia a nível de intervenção do edificado que maioritariamente é privado e de génese ilegal", explicou o gabinete de comunicação em resposta à Lusa sobre as criticas dos moradores.

A Lusa questionou a CML sobre os principais resultados do estudo, mas não obteve qualquer resposta, assim como ficaram por responder questões como o número de fogos sem canalização ou casa de banho.

Sobre a construção de mais habitação municipal no Bairro da Liberdade, a autarquia acrescentou que a Sociedade de Reabilitação Urbana (Lisboa Ocidental SRU) "está a ultimar a preparação dos concursos, a lançar em meados do ano".

A CML salientou ainda "várias visitas" feitas aos dois bairros e a apresentação, em 2023, de uma proposta de requalificação do espaço público e espera que em 2026 arranque o projeto para renovação das redes de saneamento, água, eletricidade, gás e telecomunicações.

Além disso acrescentou um conjunto de "intervenções definidas como prioritárias, em articulação com os moradores", que vão desde a implementação do projeto de policiamento comunitário à remoção de veículos abandonados.